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Orientations to client at postoperative of cardiac surgery – evidenced based nursing practice

 

Orientações ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca – prática de enfermagem baseada em evidências

 

Márcia Lucia Rodrigues Mendes. Enfermeira Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos com Cliente Cardiológico / Universidade Federal Fluminense (UFF). marciamendes1703@yahoo.com.br Isabel Cruz – Doutora em enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract: The objective was make bibliographical revision of orientations to the client in the perioperative of cardiac surgery, of last research of nursing published in the 5 years, aiming at the update of the nursing concerning the practical subject on the basis of nursing based on evidences. The used methodology was the computerized bibliographical published scientific article research. A table was made, where the authors had been mentioned, the year, the objective of the research, the type of used instrument, the main ones found and the conclusion of the authors. From these articles a critical analysis was carried through, objectifying to analyze the importance of the orientations and clarifications of the nurse to the client in the perioperative of cardiac surgery. One concludes that the care of nursing involves to guide and to clarify the clients on as it will go to develop the operative process and the postoperative one.

Key-words: nursing, surgical patient, cardiologic, perioperative.

 

Resumo: O objetivo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre orientações ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca, de pesquisas de enfermagem publicadas nos últimos 5 anos, visando à atualização da enfermagem acerca do assunto com base na prática de enfermagem baseada em evidências. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica computadorizada de artigos científicos publicados. Foi feita uma tabela, onde foram mencionados os autores, o ano, o objetivo da pesquisa, o tipo de instrumento utilizado, os principais achados e a conclusão dos autores. A partir desses artigos foi realizada uma análise crítica, objetivando analisar a importância das orientações e esclarecimentos do enfermeiro ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca. Conclui-se que o cuidado de enfermagem envolve orientar e esclarecer os clientes sobre como irá se desenvolver o processo operatório e o pós-operatório.

Palavras-chave: enfermagem, paciente cirúrgico, cardiológico, perioperatório.

Introdução

O avanço da cardiologia gerou maior desenvolvimento e expansão dos cuidados de enfermagem a pacientes que se encontram no período pré-operatório de cirurgia cardíaca. Os cuidados de enfermagem passaram a ser fundamentais para a recuperação do paciente submetido à cirurgia. Diante desse contexto a enfermagem vem aprimorando seus conhecimentos e propondo novas alternativas de assistência, desenvolvendo uma metodologia própria de trabalho fundamentada no método científico, isto é, fundamentada no processo de enfermagem.

A necessidade da cirurgia cardíaca traz sentimentos de angústia e de medo da morte, sendo percebida por muitos como um acontecimento ambíguo, que tanto pode trazer esperança de uma nova vida, como pode apontar para a finitude da existência1. Esse procedimento pode ser percebido como um momento difícil para o cliente, motivo pelo qual deve ser acompanhado pelo enfermeiro juntamente com a equipe multidisciplinar que poderá apoiar, orientar e avaliar suas necessidades, proporcionando-lhe suporte emocional e segurança. Para isso, é preciso não somente competência e habilidade técnica do enfermeiro, como também sua percepção pois permite conhecer e orientar o cliente no processo de cuidar.

O estudo sobre as orientações ao cliente no período perioperatório de cirurgia cardíaca é importante e se justifica porque traz aspectos atualizados no campo prático e respaldos teóricos no campo acadêmico, resultando em melhor qualidade no atendimento ao cliente cardiológico.

Tendo em vista o exposto acima, o objetivo deste estudo é realizar uma revisão bibliográfica sobre as orientações ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca, de pesquisas de enfermagem publicadas nos últimos 5 anos, visando à atualização da enfermagem acerca do assunto com base na prática de enfermagem baseada em evidências.

 

Desenvolvimento

Metodologia

            A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica computadorizada de artigos científicos publicados no período de 2002 a 2007, utilizando as palavras-chaves: enfermagem, paciente cirúrgico, cardiológico, perioperatório e, em inglês, os key words: nursing, surgical patient, cardiologic, perioperative, nas bases de dados: Bdenf – biblioteca de enfermagem, Lilacs – Literatura do Caribe e da América Latina e Medline – Literatura Médica Internacional. Para a pré-seleção foram identificadas, após acesso nestas bases de dados com a combinação do termos, 87 referências onde foram selecionados 10 para análise após seleção final devido às implicações para uma melhor prática profissional de enfermagem em cardiologia. Os 10 artigos selecionados sofreram uma análise interpretativa para subsídio nos resultados deste estudo.

 

Resultados e Discussão

 

            Seguida da seleção dos artigos, foi feita uma tabela, onde foram mencionados os autores, o ano, o objetivo da pesquisa, o tipo de instrumento utilizado, os principais achados e a conclusão dos autores. A partir desses artigos foi realizada uma análise crítica, objetivando analisar a importância das orientações e esclarecimentos do enfermeiro ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca.  

 

Tabela 1 – Publicações localizadas, segundo o tema: Orientações ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca. Niterói, 2007.

Autor(es), Data e País

Objetivo da pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo de estudo & instrumentos

Principais Achados

Conclusões do autor(es)

Vargas, TV, Maia, EM and Dantas, RAS1. Brasil, 2006

Identificar os sentimentos apresentados no pré-operatório de cirurgia cardíaca.

20 pacientes

Estudo de caso.

Sentimentos de apreensão, medo, preocupação, ansiedade e nervosismo.

Com o tempo esses sentimentos foram minimizados.

Zago, MM, Casagrande, LDR2, Brasil, 2003

Descrever a influência da cultura na interação verbal do enfermeiro na orientação do paciente.

11 enfermeiros

Abordagem etnográfica.

A interação verbal-oral, do modo como é realizada, é valorizada pelos profissionais. A manutenção da execução da orientação rotineira e da interação verbal-oral é importante por vários motivos.

A interação verbal do enfermeiro cirúrgico, na orientação rotineira é um símbolo com significados específicos contribuindo para a sua valorização, entre os enfermeiros.

Brentano, JE, Leite, MT3. Brasil, 2003

Verificar como se porta o paciente perante a cirurgia cardíaca.

22 pacientes

Estudo descritivo-exploratório.

Impaciência, nervosismo e dúvidas.

É importante que o enfermeiro prepare o paciente emocionalmente.

Chistóforo BEB, Zagonel IPS, Carvalho DS47. Brasil, 2006

 

 

Analisar o relacionamento enfermeiro-paciente no período pré-operatório.

17 pacientes

Estudo descritivo-exploratório.

Preparação psicológica do paciente e familiares para a cirurgia.

O enfermeiro tem papel primordial na preparação psicológica dos pacientes e familiares.

VILA, V. da S.C.; ROSSI, L.A.5, Brasil, 2002

Verificar até que ponto o cuidado com os pacientes são humanizados.

19 enfermeiros

Entrevista semi-estruturada e individual.

Dificuldade na humanização do atendimento.

Dinâmica da UTI não possibilita atendimento humanizado.

Casate, JC, Corrêa, AK6. Brasil, 2003

Verificar os procedimentos adotados pelos enfermeiros junto aos pacientes.

21 enfermeiros

Entrevista semi-estruturada e individual.

Trabalho racional, mecânico e burocrático.

A relação com a máquina torna o cuidado de enfermagem um ato mecânico.

Rosa SS, Mantovani MF, Lambrocini L7, Brasil, 2006.

 

Apreender os sentimentos e as percepções do cliente em pré-operatório de cirurgia cardíaca.

11 clientes

Pesquisa qualitativa de abordagem fenômeno-lógica.

Da análise dos discursos emergiram o medo e  a possibilidade de uma vida melhor para o cliente após a cirurgia cardíaca.

Foi possível mostrar a necessidade de interação entre a enfermeira e o corpo enfermo na situação perioperatória.

Sampaio ES, Freitas MAM, Pedreira LC8 2005, Brasil.

Identificar quais reações o paciente apresenta

após despertar da cirurgia cardíaca.

14 enfermeiros

Entrevista semi-estruturada e individual.

Os resultados identificaram que os enfermeiros consideram a agitação, a sensação de medo, a dor, ansiedade e desorientação como

as principais reações apresentadas pelos pacientes.

É importante para o profissional de enfermagem que seja dado um cuidado compreensivo e compromissado

com o existir do outro,

requerendo sensibilidade dos mesmos para que se estabeleça um cuidado

digno e humanitário.

Wolfe R, et al9

Estados Unidos 2006.

Identificar os pacientes com insuficiência cardíaca que fizeram cirurgia cardíaca em relação a possíveis alterações cognitivas existentes após a cirurgia.

 

38 clientes

Entrevista semi-estruturada e individual.

Embora haja um declínio das habilidades mentais e intelectuais dos pacientes após a cirurgia cardíaca, outras áreas específicas de declínio congnitivas como deficiência de memória.

 

A identificação clínica dos sinais e sintomas de alteração neurológica nos clientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca, devem ser identificados pelo enfermeiro e esclarecido para os familiares desses clientes. Esse estudo servirá de base para elaboração de um plano de cuidados a esses clientes.

Miller JN, Drew BJ10 Estados Unidos 2007.

Determinar práticas correntes sobre eletrocardiograma atrial.

 

 

247 enfermeiras

Questionário semi estruturado.

Os resultados mostram que o eletrocardiograma atrial é raramente utilizado e não é citado ao cliente durante as orientações no pré-operatório.

 

 

O uso de eletrocardiograma apical é importante para identificar as arritmias e deve ser mais difundido pelas enfermeiras.

Curreya J, Botti M11, Estados Unidos, 2006.

Descrever a capacidade de decisão para avaliação hemodinâmica das enfermeiras, duas horas após a cirurgia cardíaca.

38 enfermeiras

Observação participante.

A qualidade de decisão das enfermeiras pode influenciar a recuperação dos clientes. A capacidade de decisão variou conforme o tempo de experiência das enfermeiras.

Os resultados vão de encontro também com a qualidade de orientação perioperatória das enfermeiras aos clientes da cirurgia cardíaca.

 

 

Fonte: UFF – Especialização Enfermagem em Cardiologia

 

A tabela acima destaca como as publicações abordam as orientações ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca. Em primeiro lugar, a comunicação é essencial para o relacionamento enfermeiro/paciente. Pela comunicação, o enfermeiro pode identificar os significados que o paciente atribui à doença, à hospitalização e ao tratamento cirúrgico1.

A interação verbal do enfermeiro cirúrgico, na orientação rotineira é um símbolo com significados específicos que, apesar das deficiências, contribui para a sua valorização, entre os enfermeiros cirúrgicos. É considerada importante e mantida pelo contexto cultural1.

Os clientes ao receberem a notícia da necessidade da cirurgia cardíaca, apresentam muitos sentimentos de apreensão, como: medo, preocupação, ansiedade, receio, cisma e nervosismo diante da notícia. Com o passar do tempo no período pré-operatório da cirurgia, há uma inversão desses sentimentos, passando, assim, a terem predomínio os sentimentos positivos e de esperança, como: os de esperança diante da possibilidade de cura e reabilitação, de tranqüilidade (vinda da fé em Deus, de ver os colegas já operados e de saber que o risco de vida é maior se não operar) e de alívio (porque é necessário para viver). Constatou-se que os pacientes passaram a aceitar a necessidade do tratamento e buscaram ser otimistas frente à cirurgia2.

Muito se tem falado sobre a humanização das unidades de terapia intensiva, especialmente durante esta última década. Este tema não apenas se tem apresentado de forma cada vez mais marcante na literatura mundial, como se tem conseguido competir em condições mais paritárias com temas científicos tradicionais de nossa especialidade. É a terapia intensiva que vem mudando o enfoque predominantemente tecnicista do paciente-doença para uma abordagem mais humanista do cliente-pessoa2

A enfermagem representa o elo mais forte entre o cliente e o ambiente da unidade em que se encontra por serem estes profissionais aqueles, que por maior tempo, exercem atividades junto ao cliente. Por isso, a humanização das unidades de terapia intensiva está intimamente vinculada à atuação dos profissionais de saúde frente aos fatores estressantes2.

Diante disso, ressalta-se que o cuidado de enfermagem é o ponto chave da hospitalização, pois permite estabelecer relações que contribuem para aliviar as fontes geradoras de estresse para o cliente e seus familiares. Esse cuidado envolve orientar e esclarecer o cliente sobre como irá se desenvolver o processo operatório e o pós-operatório.

O preparo emocional desses clientes é de suma importância e está no raio de ação da enfermagem, podendo ser desenvolvido quando ela propõe-se a uma relação de ‘estar com’, verdadeiramente3.

Quanto ao preparo, nos seus diversos aspectos, entende-se que o enfermeiro deve levar em conta o modo como o paciente, que irá se submeter a uma cirurgia cardíaca, e sua família preparam-se internamente para a realização deste procedimento, ou seja, deve levar em consideração as fontes causadoras de angústia e, seguindo estas, deve perceber o que é mais importante orientar e o quanto deve orientar a este paciente4.

Os aspectos causadores de estresse neste período dizem respeito à incerteza de sua evolução, separação da família, fantasias em relação ao procedimento e pela possibilidade de morrer; mais detalhadamente: a separação da casa, da família, de seu ambiente, de suas coisas, ou seja, a perda da liberdade e a despersonalização; o medo com relação à vida em si4.

É importante ressaltar que, para submeter-se a uma cirurgia cardíaca, é necessário realizar vários tipos de exames previamente – clínicos, laboratoriais, radiológicos, hemodinâmicos e de alta tecnologia –, que podem parecer ameaçadores para quem vivencia um período de incertezas, longe do convívio com sua família, seu trabalho e sua sociedade4.

Compreendendo que esse momento é difícil e requer esforço para ser superado, o profissional enfermeiro, juntamente com a equipe multidisciplinar, pode apoiar, orientar e avaliar a necessidade do cliente, proporcionando-lhe suporte emocional e segurança4. O enfermeiro é o que está mais próximo do cliente e pode estimulá-lo a expor o seu ponto de vista, discutir suas aflições, com a intenção de diminuir as dúvidas e medos e, na tentativa de amenizar suas dificuldades, auxiliá-lo a enfrentar o momento da cirurgia cardíaca.

Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de humanizar o cuidado de clientes em pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica de uma UTI não possibilita momentos de reflexão para que seu pessoal possa se orientar melhor5.

As expectativas dos clientes frente à cirurgia de revascularização do miocárdio foram levantadas em um estudo que mostrou que muitos pacientes expressaram medo e apreensão frente à necessidade da cirurgia. Esses sentimentos foram ainda mais freqüentes entre aqueles indivíduos que seriam submetidos, pela primeira vez, a um procedimento cirúrgico6.

            Da análise dos discursos emergiram duas unidades temáticas: corpos amedrontados – uma realidade a ser transcendida e a esperança de vir-a-ser um novo corpo. A primeira se refere ao medo que atinge quem vivencia o pré-operatório7. A segunda categoria versa sobre a possibilidade de obtenção de uma vida melhor, mediante o novo corpo conquistado com a cirurgia7. Foi possível desvelar o fenômeno estudado e mostrar a necessidade de interação entre a enfermeira e o cliente na situação perioperatória, tendo em vista a promoção do seu bem-estar7

O centro cirúrgico é visto pelo cliente como a reta final de seu tratamento, local onde ele não tem domínio sobre si e provavelmente, permaneça cercado dos medos descritos anteriormente. A análise dos discursos permitiu entender que para o cliente o contato com a doença cardíaca, a necessidade de comprometimento com o tratamento e as restrições que podem advir da cirurgia tornam-se ameaças constantes à sua integridade. Isso nos leva a acreditar cada vez mais que não adianta ter o domínio técnico-científico para o cuidado, se não se é sensível, se não se é capaz de perceber o cliente em seu contexto de vida8.

            O paciente que está saindo de um estado de narcose anestésica e desperta na UTI, percebe ao seu redor, condutas, pessoas e sons estranhos para ele, fazendo emergir desse contato, reações distintas que geram fortes, marcantes e inexplicáveis emoções. Em contrapartida o encorajamento e força dadas através das palavras dos profissionais a sua volta, amenizam tais reações desconfortáveis8.

            Cuidadosas explicações acerca de todos os procedimentos e da necessidade de cooperação ajudam a manter o paciente orientado durante todo o curso pós-operatório. Para isso a enfermeira deve desenvolver um plano de cuidados, que inclui apoio emocional e orientação para o paciente e família a cerca das atividades esperadas após a cirurgia, no intuito de tranqüilizá-los. As relações interpessoais hoje se fortalecem cada vez mais entre os profissionais de enfermagem junto aos familiares e pacientes internados em UTI, e é esse contato, esse diálogo que faz com que os familiares, adquiram maior segurança, respeito e confiança na equipe que cuida e que planeja a assistência eficaz e qualificada ao paciente.

            A orientação ao cliente no perioperatório de cirurgia cardíaca deve abranger também os seus aspectos neurológicos, porque, a identificação clínica dos sinais e sintomas de alteração neurológica nos clientes em pós-operatório de cirurgia cardíaca, devem ser identificados pelo enfermeiro e esclarecidos para os familiares desses clientes. Esse estudo servirá de base para elaboração de um plano de cuidados a esses clientes. 9

            Também deve apontar sobre os aparelhos utilizados antes, durante e após a cirurgia, como os monitores, por exemplo, os de eletrocardiograma atrial, onde é raramente utilizado e não é citado ao cliente durante as orientações no pré-operatório10. O uso de eletrocardiograma apical é importante para identificar as arritmias e deve ser mais difundido pelas enfermeiras10

            E as orientações partem da capacidade de decisão do enfermeiro. Pesquisas apontam que quanto mais experiente é o enfermeiro, maior é a sua capacidade de decisão. Porque, a qualidade de decisão dos enfermeiros pode influenciar na recuperação dos clientes e varia conforme o tempo de experiência destes enfermeiros11.

 

Conclusão

 

Os resultados obtidos neste estudo favorecem o direcionamento da assistência com base no processo de enfermagem, subsidiam estudos similares e conduzem os profissionais na elaboração de um plano de cuidados individualizado, levando ao fortalecimento da atenção a pacientes que se encontram no período pré-operatório de cirurgia cardíaca e a melhora na qualidade da assistência de enfermagem prestada.

            Os clientes ao receberem a notícia da necessidade da cirurgia cardíaca, apresentam muitos sentimentos de apreensão, como: medo, preocupação, ansiedade, receio, cisma e nervosismo diante da notícia. Com o passar do tempo no período pré-operatório da cirurgia, há uma inversão desses sentimentos, passando, assim, a terem predomínio os sentimentos positivos e de esperança, como: os de esperança diante da possibilidade de cura e reabilitação, de tranqüilidade e de alívio e isto o enfermeiro pode identificar e orientar.

Conclui-se que o cuidado de enfermagem é o ponto chave da hospitalização, pois permite estabelecer relações que contribuem para aliviar as fontes geradoras de estresse para os pacientes e seus familiares. E esse cuidado envolve orientar e esclarecer os clientes sobre como irá se desenvolver o processo operatório e o pós-operatório.

            São necessários mais estudos futuros para elucidar como os enfermeiros podem orientar os clientes no período perioperatório de cirurgia cardíaca, com qualidade e com a certeza de entendimento pelos clientes e familiares sobre esse processo, nos aspectos físicos, emocionais e psicológicos desses clientes.

            O que foi mostrado no presente estudo pode contribuir para atualizar os conhecimentos profissionais do enfermeiro em sua prática, como também, os dados podem ser aplicados para o cliente em período perioperatório de cirurgia cardíaca.

            As orientações devem partir do enfermeiro e constituir um elo de confiança com o cliente e seus familiares. Isto pode ser um foco para próximos estudos como os que apontam a atuação do enfermeiro nesse sentido.

 

Referências Bibliográficas

 

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