Boletim NEPAE-NESEN

Elaboração de videoaula sobre estratégias para o controle do estresse: Relato de Experiência

Draffing video lesson on strategies for stress control: Experience Report

Redacción uma lección de vídeo sobre las estrategias para el manejo del estrés: Reporte de Experiencia

 

Monteiro, Jessyca Silva. Acadêmica de Enfermagem do 8º período da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense.

Cruz, Isabel. Titular/UFF  

 

RESUMO: As tecnologias de informação e comunicação são um recurso a serviço do processo de educação em saúde. A disciplina de Prática de Ensino em Enfermagem tem utilizado a videoaula como um recurso para o desenvolvimento das habilidades docentes nos (as) licenciandos (as). Trata-se de um relato de experiência de uma acadêmica de enfermagem na elaboração de uma videoaula que tinha como título “Estratégias para o controle do estresse (relaxamento)” na disciplina Pesquisa e Prática de Ensino III do curso de enfermagem e licenciatura da Universidade Federal Fluminense – UFF. A elaboração da videoaula permitiu que novos conhecimentos fossem adquiridos como realizar um plano de aula e estratégias para a educação em saúde.

Descritores: Estresse, Hipertensão Arterial, Enfermagem, Educação em Saúde

 

Abstract: The information and communication technologies are a resource to service of process in health education. The discipline of Teaching Practice in Nursing video lesson has used as a resource for the development of teaching skills in students. This is an experience report of an academic nursing in developing a video lesson that was titled “Strategies for stress control (relaxation)” in the subject Research and Practice Teaching III of nursing and graduate of the Federal University Fluminense – UFF.

 

Keywords: Stress, Hypertension, Nursing, Health Education

 

RESUMEN: Las tecnologias de la información y la comunicación son um recurso para el servicio del processo de educación para la salud. La disciplina de la pratica docente de Enferméria lección de video has utilizado como um recurso para el desarrollo de competencias docentes en (la) estudiantes. Se trata de um reporte  de experiencia de un estudiante de enfermería en el desarrollo de um lección de video que fue titulado “Estrategias parael manejo del estrés (relajación)” en el asunto de Investigación y Practica Docente III de lá enfermería y posgrado de la Universidad Federal Fluminense – UFF. La preparación de lección de video habilitado nuevos conocimientos a ser adquiridos como un plan de la lección y estratégias de educación para la salud lección.

Palabras clave: Estrés, Hipertensión, Enfermería, Educación para la Salud

 

Introdução

 

O estresse é um estado produzido por uma alteração no ambiente que é percebida como desafiadora, ameaçadora ou lesiva para o balanço ou equilíbrio dinâmico da pessoa. A pessoa fica ou se sente incapaz de satisfazer às demandas da nova situação. A alteração ou estímulo que gera esse estado é o estressor, sendo a sua natureza variável. Um estressor pode ser definido como um evento ou situação interna ou externa que cria o potencial para as alterações fisiológicas, emocionais, cognitivas ou comportamentais em um indivíduo. ¹

Segundo Filgueiras e Hippert ² o estresse passou a ser responsável por quase todos os males que nos afligem atualmente, principalmente em decorrência da vida moderna. Em vista disso, não é de se espantar que tenha havido um crescimento de terapêuticas e de programas voltados para o controle do estresse. Favassa, Armiliato e Kalinine ³ afirmam que o estresse nem sempre é um fator de desgaste emocional e físico, e sim, é um mecanismo natural de defesa do organismo.

Para Pafaro e De Martino 4 os sinais e sintomas que ocorrem com maior frequência são do nível físico como: aumento da sudorese, nó no estômago, tensão muscular, taquicardia, hipertensão arterial, aperto da mandíbula, mãos e pés frios, náuseas. Em termos psicológicos podem ocorrer: ansiedade, tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, preocupação excessiva, falta de concentração, dificuldade de relaxar, tédio, ira.

Com o tempo, o indivíduo pode adaptar-se ao estresse, tornando-se crônico e acarretando sérios problemas de saúde. Um destes problemas e extremamente importante é justamente a hipertensão arterial. De acordo com Cantos et al 5 o estresse, por estimular o sistema nervoso simpático, afeta também a pressão arterial, fazendo com que haja um aumento da frequência cardíaca e da força contrátil dos batimentos cardíacos, assim como da resistência periférica, aumentando, portanto, o risco de doenças cardiovasculares.

O enfermeiro, por ser um cuidador, será um profissional de saúde importante na educação em saúde no controle no estresse, o qual o ensino de estratégias efetivas e que auxilie o indivíduo no seu cotidiano, contribuirão para um estilo de vida mais saudável, promovendo saúde e diminuindo os riscos de desenvolver uma hipertensão arterial.

A videoaula é uma ferramenta que pode auxiliá-lo na educação em saúde, sendo um grande facilitador por não precisar do deslocamento do paciente até o local onde receberá informações e podendo ser acessada a qualquer momento pelo usuário interessado.

 

Resenha do artigo “Educação em Saúde e a atuação de enfermagem no contexto de unidades de internação hospitalar: o que tem sido ou há para ser dito 6

 

Introdução: As atividades do enfermeiro tem se tornado um processo complexo, compreendido pelo cuidar, educar e gerenciar. São atribuições que o enfermeiro realiza dentro da sua prática profissional, independente de qual área de educação. Porém, observa-se que o cuidado tem buscado uma visão limitada e meios resolutistas voltados para a cura da doença, o qual o educar não está presente. A compreensão da realidade, diálogo e troca de experiências estão intimamente interligados com o processo de cuidar. No âmbito hospitalar, os enfermeiros focam o seu cuidado no tratamento da doença e o que se espera é a inserção da educação em saúde na assistência, onde haja a reconstrução da prática de um cuidado direto para um modelo mais abrangente, valorizando o contexto social do qual o indivíduo faz parte após a melhora do seu quadro clínico. Dentro da rotina hospitalar, a assistência de enfermagem tem sido voltada para os aspectos biológicos e tecnológicos, além das atividades gerenciais, deixando de lado as atividades de educação em saúde. Através do exposto, o objetivo do artigo é descrever/discutir a produção científica no banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), considerando a educação em saúde em unidades de internação hospitalar. Metodologia: Busca bibliográfica desenvolvida no portal CAPES em novembro de 2009, com recorte temporal delimitado entre 1998 a 2008, utilizando-se os termos educação em saúde, enfermagem e hospital como assunto. Foram encontradas 143 dissertações e 36 teses, totalizando 179 produções. Os critérios de inclusão foram os trabalhos desenvolvidos dentro do âmbito hospitalar ou que apresentavam reflexões sobre o tema. E como critérios de exclusão, os trabalhos desenvolvidos fora do âmbito hospitalar e/ou  que não incluíssem pacientes hospitalizados ou enfermeiros da assistência hospitalar. Resultados/Discussão: Dos trabalhos selecionados, 14 foram desenvolvidos em programas de pós – graduação em enfermagem, sendo que, do total, 7 foram desenvolvidos no Estado de São Paulo e 5  em Santa Catarina. Observou-se que no início da década de 1990, os trabalhos publicados eram voltados para cuidados de enfermagem em áreas específicas como distúrbios cardiovasculares e pacientes internados com tuberculose pulmonar. Porém, no decorrer da década, começaram a surgir os primeiros trabalhos voltados para a educação em saúde como forma de incluir o paciente internado em seu próprio tratamento através de um movimento de sinergismo. Porém, os autores só encontraram uma outra tese em 2007, ficando uma escassez de trabalhos durante todo esse tempo. Acabou gerando um conflito de ideias, pois não se sabe se as últimas pesquisas encontradas tiveram um futuro sólido ou se as palavras utilizadas nas buscas não convergiram com as escolhidas pelos autores dos trabalhos. No ano de 2006, encontraram uma ampliação de trabalhos voltados para o desenvolvimento da educação em saúde, diferente do que foi observado na década de 1990. A partir de 2007 que o número de publicações foi crescendo, algumas abordando a educação em saúde pautada na transmissão de conhecimentos e no modelo biologicista, e outras analisando a prática educativa de enfermagem no âmbito hospitalar. Conclusão: Observou-se que é extremamente necessário pensar na prática educativa como elemento fundamental no cuidado hospitalar, a qual valoriza a profissão da enfermagem, amplia espaços de atuação, gera transformação, autonomia e emancipação de indivíduos, além de contribuir para a qualidade do cuidado oferecido.

 

Processo e realização da Videoaula

A proposta da disciplina Pesquisa e Prática de Ensino III é elaborar uma videoaula de sete minutos de acordo com o tema escolhido pelo discente buscando alcançar o objetivo principal: auxiliar os pacientes com hipertensão arterial sistêmica a manter a sua pressão arterial em 120x80 mmHg.

A disciplina foi realizada através da plataforma de Educação em Saúde online, a qual oferecia uma lista de atividades a serem cumpridas semanalmente, incluindo leitura de artigos científicos, estudos sobre andragogia, emponderamento e ensino ao paciente, elaboração de resenhas, além da preparação de um plano de videoaula que é uma atividade essencial e de extrema importância para que a videoaula alcance os seus objetivos.

O título escolhido para a videoaula foi “Estratégias para o controle do estresse (relaxamento)”, onde a técnica escolhida para promover o relaxamento foi o alongamento. Os exercícios de alongamento possuem um papel preventivo importante, pois prepararam a musculatura, favorecem a recuperação, evitam problemas musculares, articulares, tendinosos e circulatórios, aprimoram a mobilidade e a flexibilidade, têm papel anti – stress, permitem a obtenção do bem – estar e melhoram a consciência corporal. Há vários tipos de alongamentos, porém aquele que terá como foco o relaxamento e desenvolver a flexibilidade será o dinâmico o qual foi a técnica escolhida.

A elaboração da videoaula ocorreu em três etapas. Primeiramente, foi realizado um questionário o qual foi colhido dados em uma unidade básica de saúde do município de Niterói – RJ durante a disciplina Estágio Curricular I para compreender quais as maiores dificuldades do paciente hipertenso em manter a sua pressão dentro do limite normal que é de 120x80 mmHg e se realiza o seu controle, com perguntas voltadas principalmente para a sua alimentação, prática de atividade física, sono e repouso e uso de medicações. A segunda etapa foi a realização de um plano de videoaula, onde foi possível identificar quais as ações a serem realizadas para alcançar o paciente aliadas a atividade de ensino a ser executada e fundamentação teórica. Esta, foi exposta em sala de aula através do site PREZI à professora da disciplina e demais discentes. E por último, a terceira etapa correspondente a filmagem e edição da videoaula. A filmagem foi realizada dentro de uma sala de estar por uma câmera de vídeo, inicialmente oferecendo um suporte teórico sobre estresse e na etapa final explicando passo a passo a técnica do alongamento. A edição ocorreu pelo programa Movie Maker, sendo possível colocar efeitos e melhorar a qualidade do vídeo. Já finalizado, o mesmo foi disponibilizado no site YOUTUBE para que docentes, discentes e comunidade possam ter acesso ao conteúdo.

 

Análise e Interpretação da experiência da videoaula

 

Durante a realização da videoaula, algumas dificuldades surgiram. Primeiramente foi como escolher um recurso (textos, demonstração, figuras) a ser apresentado no vídeo que alcance os objetivos da temática proposta. Em seguida, a escolha do cenário que inicialmente alguns trechos foram gravados no campus do Gragoatá – UFF por ser um local calmo com natureza presente, porém, por problemas na filmagem não foi possível acrescentar na edição. E por fim, realizar o passo a passo no vídeo da técnica escolhida.

A videoaula foi apresentada no último dia da disciplina em sala de aula à docente e demais discentes que cursam a disciplina. Após a sua apresentação, houve espaço para comentários e perguntas. Foi declarado confuso e a técnica não apropriada para o relaxamento no controle do estresse.

Com isso, viu-se a necessidade de retirá-lo do site YOUTUBE para que o mesmo, futuramente, seja refeito para que haja melhor edição e adequação à temática.

Porém, realizá-lo foi de suma importância para o meu aprendizado acadêmico. Pude observar que antes da filmagem e edição da videoaula, tem que ocorrer um bom planejamento da mesma e estudo para o embasamento teórico, pois ao final, quando se colocar no lugar do paciente que está assistindo o vídeo educativo, o resultado seja satisfatório.

 

Conclusão

 

A elaboração da videoaula permitiu que eu expandisse o meu conhecimento sobre educação em saúde , além da utilização de recursos audiovisuais que antes eram desconhecidos por mim. Vi que para realizar ações educativas, há uma gama de tecnologias que podem auxiliar na aprendizagem do paciente, sendo importantes facilitadores no ensino em saúde.

Em relação à temática, pude aprofundar o meu conhecimento acerca do controle do estresse, compreendendo a sua definição, seus sinais/sintomas fisiolóficos e psicossociais e sua ligação no mecanismo da pressão arterial.

Referências Bibliográficas

 

1.     Potter PA, Perry AG. Fundamentos de Enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

 

2.     Filgueiras JC, Hippert MIS. A polêmica em torno do conceito de estresse. Psicologia: Ciência e Profissão. 1999; 19 (3): p.41. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pcp/v19n3/05.pdf.

 

3.     Favassa CTA, Armiliato N, Kalinine I. Aspectos fisiológicos e psicológicos do estresse. Revista de psicologia da UnC. 2005; 2 (2): p.84 – 92.

 

4.     Pafaro RC, de Martino MMF. Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Rev Esc Enferm USP. 2004; 38 (2): p.153. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n2/05.pdf.

 

5.     Cantos et. al. Prevalência de fatores de risco de doença arterial coronária em funcionários de hospital universitário e sua correlação com estresse psicológico. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2004; 40 (4): p.241. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v40n4/a06v40n4.pdf.

 

6.     Rigon AG, Neves ET. Educação em Saúde e a atuação de enfermagem no contexto de unidades de internação hospitalar: o que tem sido ou há para ser dito? Texto Contexto Enferm. 2011; 20 (4): p.812 – 7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v20n4/22.pdf.

 

 

 

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BNN - ISSN 1676-4893 

Boletim do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Atividades de Enfermagem (NEPAE)e do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra (NESEN).