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Cares of nursing in administration medicaments at cardiologic ICU - evidenced based nursing practice

 Cuidados de enfermagem na administração de medicamentos em UTI cardiológica - prática de enfermagem baseada em evidências

 

Vânia Gomes Rios. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em UTI Cardiológica. Universidade Federal Fluminense (UFF). vaniagrios@hotmail.com Isabel Cruz. Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract: The cardiological clients receive innumerable medicines to brighten up the picture of the cardiopathies. E the nursing team is who manages and manipulates these medications. The objective was to establish a revision of literature, referring to the cares in the medicine administration in cardiological UTI. Results had been that the preparation of the medication requires cares essential to prevent upheavals to the client as the adequate disinfection of the product and used equipment, dose correct and confirmation of name of medication, that the nurse has the responsibility to know which the dosage that the client is receiving, amongst other factors. It would be of great value that the proper institutions invested in education continued for the nurses and its teams and that materials elaborated that clarified on as to manage medications correctly in order qualitatively to guarantee the assistance of nursing to the client of the unit of cardiological therapy.

Key-words: medications, cardiology, nursing care, pharmacology.

 

Resumo: Os clientes cardiológicos recebem inúmeros medicamentos para amenizar o quadro das cardiopatias. E a equipe de enfermagem é quem administra e manipula essas medicações. O objetivo foi estabelecer uma revisão da literatura, referentes aos cuidados na administração de medicamentos em UTI cardiológica. Os resultados foram que a preparação da medicação requer cuidados essenciais para evitar transtornos ao cliente como a desinfecção adequada do produto e equipamentos utilizados, a dose correta e a confirmação do nome da medicação, que o enfermeiro tem a responsabilidade de saber qual a dosagem que o cliente está recebendo, dentre outros fatores. Seria de grande valia que as próprias instituições investissem em educação continuada para os enfermeiros e suas equipes e que elaborassem materiais que esclarecessem sobre como administrar corretamente as medicações a fim de garantir qualitativamente a assistência de enfermagem ao cliente da unidade de terapia cardiológica.

Palavras-chave: medicamentos, cardiologia, cuidados de enfermagem, farmacologia.   

 

Introdução

            Os clientes na UTI cardiológica recebem inúmeros medicamentos para amenizar o quadro das cardiopatias e para seu tratamento. E a equipe de enfermagem é quem administra e manipula as medicações aos clientes cardiológicos em terapia intensiva e observa as respostas desses clientes referentes às medicações. Sendo assim percebe-se que é importante que a equipe de enfermagem possua um conhecimento adequado das indicações, limitações, efeitos colaterais e adversos para que se possa oferecer uma adequada assistência de enfermagem para esses clientes.

            Isto faz com que o enfermeiro precise ter um preparo técnico-científico, envolvendo o conhecimento dos efeitos adversos das drogas que podem ser de grandes proporções. É do conhecimento dos enfermeiros a possibilidade do comprometimento do sistema renal e hepático, que são sistemas responsáveis pelo metabolismo e excreção dos fármacos; além das reações ocasionadas por hipersensibilidade, situações que podem acontecer mesmo quando a medicação é preparada e a responsabilidade ética nos chama a atenção para estar revendo a formação profissional, conhecimentos e habilidades dos profissionais de enfermagem, além das condições de trabalho oferecidas nas instituições.

            Com relação a isso, para administrar um medicamento com segurança e eficiência, o enfermeiro também deve conhecer a ação do mesmo no organismo, os métodos e vias de administração e eliminação, reações colaterais, dose máxima e terapêutica, efeitos tóxicos, além do conhecimento da técnica de administração e do cliente1.

            Diante dos fatos expostos acima, a justificativa para desenvolver esta revisão de literatura foi a necessidade de atualização pelos enfermeiros sobre os cuidados de enfermagem referentes à administração de medicações aos clientes em UTI cardiológica. E o objetivo desse estudo é estabelecer uma revisão das principais publicações da literatura de enfermagem, dos últimos cinco anos, referentes aos cuidados de enfermagem na administração de medicamentos em UTI cardiológica, analisando sua aplicabilidade à prática.

 

Desenvolvimento

Metodologia

            Foi uma pesquisa do tipo bibliográfico, com o uso do computador, onde foram utilizadas as palavras-chave: medicamentos, cardiologia, enfermagem, farmacologia e medications, cardiology, nursing, pharmacology. A busca pelas referências das publicações foi feita nas seguintes bases de dados na internet: Lilacs, Medline e PubMed. E a busca manual das publicações completas foi feita na biblioteca de enfermagem Aurora de Afonso Costa, na UFF (Universidade Federal Fluminense). Ambas as buscas foram feitas no período de setembro a outubro de 2007. Dos textos identificados com as palavras-chave, foram selecionados 10 (6 nacionais e 4 estrangeiras) para análise nos resultados e discussões, devido a aplicação para a melhor prática de enfermagem acerca dos cuidados na administração de medicamentos aos clientes em UTI cardiológica.

 

Resultados e Discussão

 

Tabela 1 - Publicações localizadas, segundo o tema: cuidados de enfermagem na administração de medicamentos em UTI cardiológica, mencionadas nas bases de dados: Lilacs, Medline e PubMed. Niterói, 2007.

Autor(es), data e país

Objetivo da Pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo de estudo

Principais achados

Conclusão do autor(es)

Oliveira RC, Cassiani SHB, 2007, Brasil1.

 

 

Descrever a estrutura do preparo de medicamentos em seu ambiente físico, recursos materiais

e humanos e identificar os fatores que interferem na

qualidade da assistência.

 

92 e 76% dos auxiliares de enfermagem

e 100% dos enfermeiros, em dois hospitais.

 

Exploratório e descritivo.

 

Os resultados mostraram que o ambiente do preparo de medicamentos se encontra em discordância com a legislação vigente, os materiais disponíveis

precisam ser revisados e os profissionais necessitam de capacitação.

 

A estrutura em um sistema de medicação é essencial e que os fatores apontados interferem na qualidade do processo de medicação.

 

Lopes CHAF, Chaves EMC, Jorge MSB, 2006, Brasil 2

 

Analisar a produção científica da enfermagem acerca da

administração de medicamentos, no período de 1999 a 2004.

25 artigos

Revisão de literatura.

Conhecimento e habilidade, o uso da informática e a prevenção de erros foram achados que mais sobressaíram na literatura.

A administração de medicamentos é uma prática clínica relevante para os

profissionais da enfermagem, que prestam cuidados ao ser humano em situação de adoecimento.

Katia Grillo Padilha KG et al,

2002, Brasil3

 

Verificar a conduta dos enfermeiros diante de uma ocorrência com

medicação e caracterizar os fatores relacionados a esses eventos.

 

148 enfermeiros de UTI de 7 hospitais.

 

Qualitativo.

 

As condutas mais citadas incluíram: comunicar o fato ao médico, intensificar os controles e

comunicar a chefia de enfermagem.

 

Os fatores relacionados às ocorrências adversas com medicação na UTI mais mencionados foram a displicência do funcionário, alta demanda de tarefas e prescrição médica ilegível.  No que diz respeito à experiência anterior do

enfermeiro com situação adversa com medicação na UTI, 43,2% vivenciaram essa situação raras vezes.

 

Telles PCP Filho, Cassiani SHB, 2005, Brasil4

 

Analisar as necessidades educacionais de enfermeiros no que concerne à administração de medicamentos.

51 enfermeiros.

Técnica do

Grupo Nominal.

Obtenção de informações e conhecimento sobre o processo da administração de medicamentos,interações

medicamentosas, estabilidade dos

medicamentos, efeitos colaterais dos medicamentos foram achados que mais se destacaram.

Os dados parecem apontar que o enfermeiro pode estar administrando medicamentos com déficit de conhecimento em questões essenciais para a administração livre de erros.

Hoefel HK 2004, Brasil 5

 

Analisar a técnica de preparo e administração de Vancomicina nas unidades de Internação Cirúrgicas.

Observadas 47 administrações por 18 auxiliares de enfermagem.

Estudo prospectivo observacional em um hospital universitário.

O cuidado de enfermagem destacado foi observar a concentração aumentadas e tempo de infusão incorreto em 34 (72%) ocasiões, e dose residual no equipo em 27 (54%) administrações entre outros.

Foram feitas sugestões para implementação em áreas de estudo para futuras pesquisas e prioridades de investigação.

 

Rodrigues MCS, Santiago MB, 2007, Brasil6

 

Objetivo foi verificar a freqüência de interações medicamentosas, em especial entre antibiótico-antibiótico e  antibiótico e outras drogas prescritas a pacientes de um hospitala universitário.

79 prescrições médicas.

Estudo exploratório-descritivo

Os medicamentos prescritos pertenciam a classes terapêuticas diversas, sendo identificadas 10 potenciais.

Conclui-se que as condutas terapêuticas especificas devem ser adotadas a fim de prevenir possíveis interações medicamentosas.

 D’arcy Y, 2006, EUA 7

 

Objetivo é ilustrar que opções de analgésico estão disponíveis e como determinar que regime é apropriado para a condição do seu paciente

5 artigos.  

Revisão de literatura

 

 

 

É necessário fornecer os analgésicos no momento certo e assim que o cliente se queixa de dor.

Pode-se concluir que é necessário sempre se atualizar quanto as novas medicações no mercado como os analgésicos e antibióticos.

 

Walker MJ 2007, EUA 8

 

 

 

 

 

Estudar sobre os métodos de assistência de enfermagem na administração das medicações. 

91 enfermeiras

Pesquisa exploratória

Os métodos de assistência de enfermagem na administração das medicações reduzem os estresses no trabalho de enfermagem e garante a qualidade da assistência ao paciente.

 

É necessário maior poder e decisão pelas enfermeiras.

Rong J

2006, EUA 9

Tratou sobre os eventos adversos na administração das drogas.

 

 

31 artigos.

Pesquisa Descritiva.

Foram encontrados dados de enfermeiros que erravam na medicação devido ao erro no calculo das medicações

Concluiu-se que o risco do erro adverso da droga se levanta enquanto o número de drogas que diferentes um paciente recebe está aumentado, e também, se um paciente começasse uma droga nova.

Armitage G, Knapman H, 2003, EUA10

 

Objetivo é explicar a ação e efeitos dos antiarrítmicos.

 

  12 textos.

Revisão de literatura.

Mostraram-se as complicaçoes ocorridas das drogas e reações adversas.

 Conclui-se que essas drogas podem trazer complicações quando não administradacorretamente, logo o estudo trouxe algumas Considerações dos cuidados.

Fonte: UFF – Especialização UTI Cardiológica.

 

ANÁLISE CRÍTICA DOS ARTIGOS.

 

            A preparação da medicação requer cuidados essenciais para evitar transtornos ao cliente como a desinfecção adequada do produto e equipamentos utilizados, a dose correta e a confirmação do nome da medicação para não ocorrer troca dos medicamentos. Tudo isto realizado com atenção traz um resultado satisfatório1.

            Para a fase de preparo dos medicamentos prescritos, conta-se com profissionais de nível superior, enfermeiros que, dentre as suas atribuições, deverão estar habilitados tanto para execução dessa atividade como para orientação, treinamento e supervisão dos técnicos e auxiliares de enfermagem no desempenho dessa atividade2.

            Os dados expostos pelas pesquisas as vezes não exprimem o que realmente acontece na prática. Observamos que o enfermeiro é o profissional “atarefado com os papéis” e não se volta para o preparo das medicações deixando isso a cargo de sua equipe técnica-auxiliar, aumentando os riscos de falhas na administração dos medicamentos. O enfermeiro é o profissional que deve estar à frente do preparo das medicações na assistência ao cliente internado na unidade de terapia intensiva cardiológica.

            Há a importância do conhecimento farmacológico, articulando teoria e prática para que a administração de medicamentos ocorra de forma adequada, durante a terapia. Apesar das deficiências em relação ao conhecimento, cabe aos profissionais buscar aprofundamento do conteúdo fornecido na graduação, uma vez que cabe ao enfermeiro a responsabilidade dentro da equipe por todo o processo2. Além do papel de educador dentro da equipe, cabe à supervisão direta pelos procedimentos realizados por algum membro da equipe de enfermagem2.

            A administração de medicamentos é uma das práticas assistências mais executadas no cotidiano, que envolve o preparo, a técnica de administração, o acondicionamento, o acompanhamento do cliente diante das possíveis complicações clínicas e iatrogênicas ocasionadas pelo extravasamento de medições2. É um procedimento que exige do profissional conhecimento e competência, em que o enfermeiro deve ver o paciente que está recebendo a medicação não apenas do ponto de vista biológico, mas como ser que está interagindo com o profissional no momento de receber o medicamento, que é a oportunidade para a recuperação da sua saúde2.

            A obtenção de informações e conhecimento sobre o processo da administração de medicamentos, interações medicamentosas, estabilidade dos medicamentos, efeitos colaterais dos medicamentos foram achados que mais se destacaram4. A esse respeito, salienta que faz-se importante regular a temperatura da geladeira entre 4º e 8º C, reservando-a exclusivamente para o armazenamento de medicamentos, devendo ser descongelada e limpa periodicamente, abrindo-a o menos possível, por curtos períodos e freqüentemente verificar a vedação da porta4.

            Esses cuidados, aparentemente simples, são importantes para se evitar um erro de medicação, ou seja, a administração de um medicamento que não está em condições de ser utilizado. No que concerne a os efeitos colaterais dos medicamentos são relatados que os fármacos também ativam o sistema imune de modo indesejável, provocando manifestações alérgicas. Essas reações manifestam-se sob a forma de erupções cutâneas, edema, reações anafilactóides, febre e eosinofilia4.

            Um exemplo são as drogas endovenosas, que são administradas de preferência por uma via venosa central, a fim de se evitar complicações advindas da punção venosa periférica, como extravasamento em tecido subcutâneo (o que vemos acontecer com as catecolaminas). Além disso, deve-se utilizar vias exclusivas, evitando-se assim que se efetue a entrada na circulação sanguínea de altas doses das drogas nos horários das medicações, quando se administra medicamentos em bolus. As catecolaminas não devem ser administradas com soluções alcalinas na mesma via (porque inativa parcialmente). As medicações sensíveis à luz devem ser infundidas com bombas de infusão precisas e em equipos opacos. O cliente deve ser controlado rigorosamente.

            O enfermeiro atento com esses cuidados é o profissional responsável pela comunicação desse fato à equipe médica, que, provavelmente, suspenderá ou substituirá a medicação. Tal atitude também é possível e recomendada quando da observação de reações adversas4.

            Particularmente, no caso do ácido acetilsalicílico, que é uma das medicações mais administradas em UTI cardiológica, ele é um analgésico, antiinflamatório e antitérmico muito utilizado em clientes com Angina pectoris, Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, Trombose dos Vasos Coronarianos, Trombose Venosa e Embolia Pulmonar. Só que muitas das vezes seu uso pode trazer reações adversas ao cliente em especial o tempo de sangramento prolongado, já que sua ação tem efeito antitrombótica tendo como resultado a inibição da cicloxigenase, o que inibe também a síntese de tromboxana A levando a diminuição da capacidade agregação plaquetária6.

            Por outro lado, a heparina é um anticoagulante que acelera a formação da antitrombina III que, como co-fator, neutraliza vários fatores ativados da coagulação, impedindo a conversão do fibrinogênio em fibrina. Seu uso é recomendado na profilaxia e no tratamento de vários distúrbios tromboembólicos (tromboembolismo venoso, embolia pulmonar, fibrilação atrial com embolização, coagulopatias consuntivas agudas e crônicas e tromboembolismo arterial periférico), na anticoagulação terapêutica e em cirurgia vascular. Tendo contra indicação em casos de hemorragias6.

            Já a epinefrina e norepinefrina é uma catecolamina que interage tanto em receptores α e quanto β. Seu efeito β em doses baixas no sistema vascular causa a vasodilatação e o efeito α em altas doses a vasoconstrição. No caso da noradrenalina é um neuromediador dos nervos adrenérgicos, na prática quando administrado, o receptor mais afetado é o α-adrenérgico.  Entre as ações vasculares que ocorrem têm a vasoconstrição e o reflexo barorreceptor. E como efeito adverso, a droga pode provocar hemorragia devido à elevação muito acelerada da pressão arterial6.

            No caso destes medicamentos citados acontece a interação no uso conjunto quando administra a heparina com o Acetilsalicílico, pois pode ocorrer a interação medicamentosa que nesse caso leva ao maior risco de sangramento no paciente cardiológico. Por isso, além do conhecimento da famarcoterapia como o mecanismo de ação das drogas, a indicação, os efeitos colaterais e também a atenção em como é administrada é de suma importância para os enfermeiros, principalmente para os clientes que utilizam estas medicações que agem no mecanismo de coagulação e de antiagregação palquetária. 

            Por que, a conduta dos enfermeiros diante de uma ocorrência com medicação mais citadas relacionados às ocorrências adversas com medicação na UTI mais mencionados foram a displicência do funcionário, seguida da falta de experiência profissional, alta demanda de tarefas e prescrição médica ilegível. No que diz respeito à experiência anterior do enfermeiro com situação adversa com medicação na UTI, quase a metade vivenciaram essa situação poucas vezes3.

            A administração da dose, concentração e tempo de infusão corretos de forma geral dependem em grande parte da enfermagem. Concentrações maiores, infusões demasiado rápidas podem levar desde reações locais, com inflamação, infecção e necessidade de tratamento até reações cutâneas gerando equívocos que levam a mudança do antibiótico prescrito7.

            Outro aspecto relevante, a saber, é a respeito das interações medicamentosas, que é definida como a interferência de um fármaco na ação de outro ou de um alimento ou nutriente na ação dos medicamentos. É uma modificação do efeito de um medicamento pela administração prévia ou concomitante de um outro medicamento5.

            Os fatores que contribuem para a incidência de interações farmacológicas são aqueles ligados à terapêutica e aqueles ao individuo. Entre ligados à terapêutica têm-se condições clínicas, atividade farmacológica múltipla dos fármacos empregados, polimedicação ou polifarmácia, automedicação, o não cumprimento terapêutico e o emprego do álcool, tabaco e/ou substancias de uso abusivo. Já os relacionados aos fatores intraindividuais são a idade, a obesidade e a presença concomitante de várias enfermidades5.

            As interações medicamentosas deve ser algo observável pelo enfermeiro ainda durante a leitura da prescrição médica. Alertar esse profissional da equipe multiprofissonal quanto à prescrição de uma medicação que interage negativamente com a outra também é dever do enfermeiro, uma vez eu ele está respaldado pelo seu código de ética que ele deve proteger o cliente de complicações, no caso, os resultantes de uma possível interação medicamentosa.

            O controle dos sinais vitais e a obtenção dos parâmetros hemodinâmicos devem ser realizados no mínimo de duas em duas horas, mas cabe ao enfermeiro deter minar o tempo de controle conforme a instabilidade do paciente. O controle do débito urinário também deve ser rigoroso. As drogas devem ser preparadas diluindo-as adequadamente para obter a dosagem correta, e sempre com técnica asséptica, evitando se assim, problemas relacionados com a infecção. Isto tudo, pode evitar também reações graves relacionadas a uma eventual interação medicamentosa. Porque o enfermeiro tem a responsabilidade de saber qual a dosagem que o paciente está recebendo, para que possa observar os efeitos advindos dessa dosagem.  

            Foram encontrados dados de enfermeiros que erravam na medicação devido ao erro no cálculo das medicações O risco do erro adverso da droga se levanta enquanto o número de drogas que diferentes um paciente recebe está aumentado, e também, se um paciente começasse uma droga nova9. Por isso deve-se fazer uma sistematização da assistência de enfermagem quanto à identificação dos efeitos das medicações porque, os métodos de assistência de enfermagem na administração das medicações reduzem os estresses no trabalho de enfermagem e garante a qualidade da assistência ao paciente.  É necessário maior poder e decisão pelas enfermeiras8.

            Para que isso ocorra adequadamente o cuidado com a administração do fármaco como também o seu preparo e sua identificação, precisa de parâmentos ponderado para evitar falha na manipulação. E não se deve confiar estritamente nas etiquetas colocados em recepientes com comprimidos soltos e sem identificação ou mesmo com a embalagem cortada ,impedindo a visualização do nome e data de válidade do fármaco; você deve sempre ler a etiqueta do fabricante. Quando for administrar a medicação  observar sempre o nome do cliente completo,enfermaria,leito,fármaco,dose e hora certa .

            Outro fator importante também para a não ocorrência desses erros são cuidados que se devem realizar e avaliar na medicação que são a monitorização continua da taxa e ritmo cardíaco, quando a terapia começa ou quando a dosagem está ajustada; a verificação dos sinais vitais freqüentemente;e avaliação do paciente para a evidência de eventos adversos da droga e notificação e prescrição de  ocorrência10.

           

Conclusão

            Os artigos pesquisados na literatura profissional falaram sobre uma várias situações que ocorrem no campo de atuação da equipe de enfermagem, no entanto, faz-se necessário que o enfermeiro junto a sua equipe de trabalho esclareça a prática da administração de medicamentos indo além da aquisição de conhecimentos técnicos-científicos de farmacologia, e dos fundamentos de enfermagem, além do desenvolvimento de um sistema seguro de prescrições das dosagens e horários das medicações para melhor operacionalizar o processo no trabalho com segurança para os clientes da UTI cardiológica.

            No que diz respeito à enfermagem esta deve ater-se não somente aos procedimentos técnicos e básicos inerentes à profissão, mas identificar os caminhos percorridos pelo medicamento desde o momento que o médico o prescreve até a sua administração ao cliente e analisar criticamente o sistema de medicação, refletindo sobre suas possíveis falhas e causas. A enfermagem deve colaborar com a segurança do sistema buscando soluções para os problemas existentes, além de colaborar com futuras pesquisas sobre esta temática.

            Seria de grande valia que as próprias instituições investissem em educação continuada para os enfermeiros e suas equipes e que elaborassem materiais que esclarecessem sobre como administrar corretamente as medicações e como proteger os clientes de complicações ou interações medicamentosas a fim de garantir qualitativamente a assistência de enfermagem ao cliente cardiopata na unidade de terapia cardiológica.

           

Referências Bibliográficas

 

1. Oliveira RC, Cassiani SHB. Caracterização da estrutura para o preparo de medicamentos em hospitais de ensino: fatores que interferem na qualidade da assistência.  Rev Latinoam Enferm 2007; 15 (2): 21-7.

 

2. Lopes CHAF, Chaves EMC, Jorge MSB. Administração de medicamentos: análise da produção científica de enfermagem Rev Bras Enferm 2006 set-out; 59(5): 684-8.

 

3. Padilha KG, et al. Ocorrências iatrogênicas com medicação em unidade de terapia intensiva: condutas adotadas e sentimentos expressos pelos enfermeiros. Rev Esc Enferm USP 2002; 36(1): 50-7.

 

4. Telles PCP Filho, Cassiani SHB. Administração de medicamentos: aquisição de conhecimentos e habilidades requeridas por um grupo de enfermeiros. Rev Latino-am Enfermagem 2004 maio-junho; 12(3):533-40.

 

5. Hoefel HK. Vancomycin administration in an universitary hospital at general surgical units inpatients. Online Braz J Nurs (OBJN -ISSN 1676-4285) [online] 2004 3(1): Available at: www.uff.br/nepae/objn301hoefeletal.htm Acess on 2007 Sept 23

 

6. Rodrigues MCS, Santiago MB. Riscos potenciais de interações medicamentosas.  Nurs 2007 abr; 107(9): 22-5

 

7. D’arcy Y. Analgesic is right for my patient? Nurs 2006 July; 36(7):45-7

8. Walker MJ. Effects of the medication nursing assistant role on nurse job satisfaction and stress in long-term care. Nurs Adm Q 2007; 31(4): 296-300.

 

9. Rong J. facts about antiarrhythmics. Nurs 2006 May; 36(9):22.

 

10. Armitage G, Knapman H. Adverse events in drug administration: a literature review. J Nurs Management 2003 Mar; 11 (2):130

 

 





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