JSNCARE

Empathy in the Cardiologic ICU - evidenced based nursing practice

O Cuidado Humanizado de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva - prática de enfermagem

 

Laiza Paloma da Costa Santos. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos ao Cliente Cardiológico / Universidade Federal Fluminense (UFF). laizapaloma@yahoo.com.br

 

Isabel Cruz.Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract:This research is about a bibliographical revision, whose objective is to identify, in literature, studies related to the difficulties faced for the nursing team, with relation to the practical one of the  care humanizing, in the hospital scope, aiming at to contribute for the improvement of the assistance of nursing in the critical sectors. The comment had as justification of that many times the carried through care did not take care of to the necessities of the patient and for recognizing the importance of the care humanizing to the critical patient and its familiar ones, developing action whom they come to preserve auto-esteem, the individuality and sensitivity of the sick being, having as goal the development and adequacy of techniques that facilitate the practical one of the care humanizing, that she is intimideted on the models of assistance adopted by the team to multidiscipline. The mechanization of the assistance can compromise the attendance humanizing, and the technology, at some moments, seems to contribute of little significant form for the practical one of the care humanizing. Concluding that the process of humanizing in the UTIs comes if developing of gradual form, due to influence of the factors technician and human being in the care environment. 

Key-words: Nursing, Humanization of assistance, Intensive care units.

 

Resumo: Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica, cujo objetivo é identificar, na literatura, estudos relacionados às dificuldades enfrentadas pela equipe de enfermagem, com relação à prática do cuidado humanizado, no âmbito hospitalar, visando contribuir para a melhoria da assistência de enfermagem nos setores críticos. Teve como justificativa a observação de que muitas vezes o cuidado realizado não atendia às necessidades do paciente e por reconhecer a importância do cuidado humanizado ao paciente crítico e aos seus familiares, desenvolvendo ações que venham preservar a auto-estima, a individualidade e sensibilidade do ser doente, tendo como meta o desenvolvimento e adequação de técnicas que facilitem a prática do cuidado humanizado, que está intimamente ligada aos modelos de assistência adotados pela equipe multidisciplinar. A mecanização da assistência pode comprometer o atendimento humanizado, e a tecnologia, em alguns momentos, parece contribuir de forma pouco significativa para a prática do cuidado humanizado. Concluindo-se que o processo de humanização nas UTIs vem se desenvolvendo de forma gradativa, devido à influência dos fatores técnico e humano no ambiente de cuidado. 

Palavras-chave: Enfermagem. Humanização da assistência, Unidades de terapia intensiva. 

 

Introdução

 

Um dos setores mais complexos de um hospital é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), porém, atuar como profissional é tarefa difícil quando se tem como prioridade não perder a sua humanidade, não desfazer daqueles que precisam do cuidado, do apoio e intervenção enquanto doentes. O tema do presente estudo destaca o Cuidado Humanizado de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva, sendo este de fundamental importância para o paciente crítico que se encontra incapaz de comunicar-se e expressar os seus desejos enquanto ser humano.

O Centro de Terapia Intensiva (CTI) surgiu no Brasil na década de 70, com a finalidade de concentrar recursos materiais e humanos em um ambiente preparado para receber clientes graves, porém, passíveis de recuperação, que necessitam de observação e cuidados constantes [1]. Voltada para cuidados progressivos, a Terapia Intensiva é considerada o nível mais complexo e avançado dentro da hierarquia hospitalar. Ela desenvolve-se por causa dos avanços científicos e tecnológicos em muitas áreas para adaptação da conduta dos enfermos em estado crítico. O indivíduo hospitalizado em uma Unidade de Terapia Intensiva depende totalmente da equipe de enfermagem para suprir várias de suas necessidades e prioridades como higiene corporal e suas eliminações vesicais e intestinais, por exemplo.

As UTIs surgiram a partir da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos materiais e humanos para o atendimento a pacientes graves, em estado crítico, mas tidos ainda como recuperáveis, e da necessidade de observação constante, assistência médica e de enfermagem contínua, centralizando os pacientes em um núcleo especializado. Embora seja o local ideal para o atendimento a pacientes agudos graves recuperáveis, a UTI parece oferecer um dos ambientes mais agressivos, tensos e traumatizantes do hospital. O paciente internado na UTI necessita de cuidados de excelência, dirigidos não apenas para os problemas fisiopatológicos, mas também para as questões psicossociais, ambientais e familiares que se tornam intimamente interligadas à doença física. A essência da enfermagem em cuidados intensivos não está nos ambientes ou nos equipamentos especiais, mas no processo de tomada de decisões, baseado na sólida compreensão das condições fisiológicas e psicológicas do paciente [2]. É válido destacar que é importante abordar a necessidade de humanização do cuidado de enfermagem na UTI, com a finalidade de provocar uma reflexão da equipe e, em especial, dos enfermeiros e que humanizar é uma medida que visa, sobretudo, tornar efetiva a assistência ao indivíduo criticamente doente, considerando-o como um ser na sua integralidade.

 A humanização além de envolver o cuidado ao paciente estende-se a todos aqueles que estão envolvidos no processo saúde-doença, neste contexto envolve além do paciente, a família, a equipe multiprofissional e o ambiente. A humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos são importantes, porém não mais significativos do que a essência humana. Esta, sim, irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana, menos agressiva e hostil para as pessoas que diariamente vivenciam a UTI.

O enfermeiro que exerce atividades neste setor tem uma forte ligação com a vida e com a morte, lidando com o ser humano em seus momentos mais difíceis que inclui a doença, a perda, o medo da morte. No que diz respeito aos cuidados do enfermeiro no setor de Unidade de Terapia Intensiva, não se restringe apenas a uma ação técnica no sentido de fazer e executar um procedimento, mas também no sentido de ser e de expressar sobre uma forma de atitude. Porém, tem-se observado que esses aspectos são pouco valorizados, quando o cuidado se dá em um ambiente de terapia intensiva onde a tecnologia e o tecnicismo predominam. È importante ressaltar que, muitas vezes, devido à sobrecarga imposta pelo cotidiano do trabalho, a enfermagem presta uma assistência mecanizada e tecnicista, não-reflexiva, esquece de humanizar o cuidado justamente por entender que em si o cuidado deve ser humanizado [3].

Há a necessidade de repensar saberes e práticas profissionais para promover a constante transformação do contexto assistencial de cuidados intensivos [4]. A atenção do enfermeiro na UTI se concentra nas situações críticas, o que dificulta o controle dos fatores que atingem e expõe os clientes a condições ditas como desumanas, uma vez que, delegam a estas unidades insensibilidade, impessoalidade, mecanização, gerando angústia e insegurança nos pacientes. O ambiente tem influência direta no bem-estar do paciente, família e equipe multiprofissional. As estratégias que facilitam o contato, a interação e a dinâmica no contexto da UTI podem ser consideradas premissas básicas para o cuidado humanizado. O cuidar envolve verdadeiramente uma ação interativa. Essa ação e comportamento estão calcados em valores e no conhecimento do ser que cuida “para” e “com” o ser que é cuidado. O cuidado ativa um comportamento de compaixão, de solidariedade, de ajuda, no sentido de promover o bem, no caso das profissões de saúde, visando ao bem-estar do paciente, à sua integridade moral e à sua dignidade como pessoa [2].                                                                                                                                                                     

O cuidado humano consiste no respeito e na sensibilidade para com o sofrimento do outro, ajudando assim, a enfrentá-lo e superá-lo. A prática do cuidado efetivamente humano permite ao ser cuidado, a família e ao cuidador atuarem de uma forma mais tranqüila, estabelecendo uma relação de respeito, dignidade, consideração e troca de conhecimento, o que possibilita ao paciente e ao familiar expressarem suas dificuldades durante toda a internação e receberem cuidados adequados, colaborando assim com o tratamento. A ação do cuidar exige a formação de objetivos, os quais incluem dar apoio físico, emocional e psicossocial a uma pessoa, sendo indispensável em todas as fases do seu desenvolvimento humano. A finalidade do cuidar na enfermagem é, contudo aliviar o sofrimento humano, manter sua dignidade e facilitar meios para lidar com as crises e com as experiências do viver e do morrer.

A justificativa para essa pesquisa surgiu diante da minha experiência e observação onde em muitas vezes o cuidado prestado pela enfermagem não atendia às necessidades do paciente e não reconhecia a importância do cuidado humanizado ao paciente crítico e aos seus familiares. Sendo de vital importância o desenvolvimento de ações que venham preservar a auto-estima, a individualidade e sensibilidade do ser doente. Na realidade o enfermeiro deveria manter um pouco mais de contato pessoal, fornecendo aos seus pacientes, além da assistência profissional, o carinho, a atenção e a responsabilidade, o que repercutirá em uma assistência com qualidade. O objetivo da pesquisa é identificar a produção científica de enfermagem no período, analisando sua aplicabilidade à prática.

Focalizar a humanização no paciente compreende, antes de tudo, uma relação efetiva de cuidado, que pode ser traduzida na acolhida, na ternura, na sensibilidade, no respeito e na compreensão do ser doente e não da doença. Significa, também, reduzir ao mínimo a ruptura entre a vida normal do paciente e a que lhe impõe restrições. O paciente e a sua família precisam ser acolhidos e compreendidos a partir da sua história pessoal e social, seus valores, suas crenças e seus sentimentos, isto é, significa tornar a permanência do paciente no hospital o menos traumática possível, já que o hospital, por si só, muitas vezes, representa dor, sofrimento e perdas [5]. Identificou-se que as enfermeiras estão mais bem colocadas para se lidar com as necessidades dos familiares[6]. Humanizar é, ainda, garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer no corpo para serem humanizadas precisam tanto que as palavras com que o sujeito as expressa sejam reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir do outro, palavras de seu reconhecimento [7]. 

Desenvolvimento 

Metodologia

Pesquisa bibliográfica computadorizada e /ou manual, no período de julho a dezembro de 2007, utilizando as palavras-chave enfermagem, humanização da assistência e Unidades de terapia intensiva / key-words nursing, humanization of assistance e Intensive care units nas seguintes bases de dados (Lilacs, Scielo e Medline). Dos 379 textos identificados, foram selecionados 10 para análise devido às implicações para uma melhor prática.

 

Resultados e Discussão

 Tabela 1 – Publicações localizadas, segundo o tema Cuidado humanizado na enfermagem, mencionadas nas bases de dados. Niterói, 2007.

Autor(es), Data & País

Objetivo da pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo do estudo & instrumentos

Principais achados

Conclusões do autor (es)

 

Araújo AD, Santos JO, Pereira LV, Lemos RCA.

Jan/mar, 2005.

Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vila VSC, Rossi LA.

2002. Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pinho LB, Santos SMA.

2007. Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Backes DS, Filho WDL, Lunardi VL.

2005.

Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Stayt LC.

2007.

Inglaterra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leal MII, Löw MML, Konorath NM, Roveda SRP. 2006. Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ricaldoni CAC, Sena RR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Matsuda LM, Silva N, Tisolin AM. 2003.

Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Backes DS, Lunardi VL, Filho WDL 2006. Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

Backes DS, Koerich MS, Erdmann AL. 2007. Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identificar as perspectivas da equipe de enfermagem que atua no Centro de Terapia Intensiva de um hospital universitário, no interior de Minas Gerais, em relação a vivência e ao trabalho nesse setor; ao relacionamento entre os membros da equipe de enfermagem e dessa equipe com o cliente; e à verificação da possível existência de agentes estressores para essa equipe.

 

 

Compreender o significado cultural do cuidado humanizado, na perspectiva da equipe de enfermagem que atua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.

 

 

 

 

 

 

 

Conhecer a lógica da produção de saúde na UTI com base no discurso defendido pelo enfermeiro e na prática profissional que efetivamente é reconhecida pelos familiares e acompanhantes dos pacientes internados.

 

 

Relatar as percepções dos pacientes em relação à humanização no

ambiente hospitalar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Relatar as experiências das enfermeiras que importar-se com as famílias que têm parentes em unidades de cuidado intensivo adulto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conhecer a percepção que o enfermeiro, o técnico de enfermagem e o auxiliar de enfermagem têm em relação ao cuidado de enfermagem humanizado ao paciente adulto internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, também, identificar como os mesmos realizam o cuidado humanizado.

 

Teve como objetivo geral analisar os efeitos das ações de educação permanente na qualidade de assistência de enfermagem, em um hospital privado, de grande porte, no município de Belo Horizonte, MG.

 

Aborda aspectos da

humanização de clientes internados em uma UTI-adulto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Refletir acerca de considerações éticas que necessitam fundamentar as aços de humanização.

 

 

 

 

 

 

Buscar os significaos dos valores e princípios que

norteiam a prática dos profissionais da saúde, a fim de alcançar os valores que balizam a humanização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quarenta e oito funcionários da equipe de enfermagem do CTI.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Seis enfermeiros e seis técnicos e auxiliares de enfermagem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Realizada com sete enfermeiros e cinco familiares em uma UTI de adultos de um hospital universitário de Santa Catarina.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cinqüenta pacientes internados nos diferentes setores do hospital.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 12 enfermeiras registadas que trabalham em uma unidade de cuidado intensive do adulto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Realizada por dois enfermeiros, seis técnicos de enfermagem e dois auxiliares de enfermagem com experiência profissional igual ou superior a seis meses neste setor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tendo como sujeitos 02 enfermeiros, 17 auxiliares e técnicos de enfermagem do 8º e 9º andares e a gerente de enfermagem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foram analisados 93 prontuários,

dos quais 8 preencheram os requisitos para compor a amostra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

       **

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

17 profissionais da equipe multiprofissional

de uma instituição hospitalar da Região Sul, entrevistados em três grupos amostrais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Investigação descritiva, de caráter qualitativo. Para coleta dos dados, entrevista semi-estruturada e observação participante.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudo etnográfico. Foram realizadas observações participantes e entrevistas semi-estruturadas com enfermeiros, técnicos e auxiliares de

enfermagem, em seu ambiente de trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

Leituras marxistas e gramscianas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elaborou-se um questionário

aberto que foi aleatoriamente aplicado a 50 pacientes

internados nos diferentes setores do hospital.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudo exploratório. As entrevistas foram analisadas usando a estrutura de Colaizzi's

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pesquisa qualitativa descritiva. Entrevista semi-estruturada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudo qualitativo na corrente filosófica da dialética.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ocorreu

através de entrevista, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no

domicílio dos participantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      

 

 

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Para a análise comparativa e interpretação dos dados, foi utilizada a metodologia preconizada pela Teoria Fundamentada nos Dados, que resultou na construção de um modelo teórico, que teve como fio condutor “humanizando o cuidado pela valorização do ser humano”.

 

 

 

 

 

O CTI foi considerado um ambiente desgastante e estressante, onde a humanização é, sem dúvida, o elemento essencial a ser desenvolvido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Emergiram três categorias principais que deram sentido ao significado

do cuidado humanizado na UTI: cuidado Humanizado - amar ao próximo como a si mesmo; cuidado humanizado - não está presente como

deveria estar; estresse e sofrimento: é preciso cuidar de quem cuida.

 

 

 

 

 

Os resultados mostram que a lógica da produção de saúde na UTI está inserida em uma complexa teia que se move em um ritmo dialético de autonomia, dependência e co-responsabilização para o cuidado.

 

 

 

 

 

 

 

 

Emergiram, dentre outros, a necessidade                                                                                                                             de implementar um processo

reflexivo acerca dos princípios, valores, direitos e deveres que regem a prática dos

profissionais de saúde. Um programa de humanização hospitalar supõe estabelecer um

ambiente de cuidado humano e uma cultura de respeito e valorização não da doença, mas do

ser humano que adoece, contemplando uma relação sujeito-sujeito e não sujeito-objeto.

 

As experiências

dos participantes foram categorizadas nos seguintes temas: definindo o papel de nurse's, as expectativas do papel e o papel opõem. Os participantes relataram a falta da confiança, as dúvidas sobre sua competência profissional e os  próprios conflitos entre seu  profissional e pessoal.

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi possível identificar o seguinte: confortando o paciente; comunicando-se com o paciente; indo além: o cuidado que transcende e interagindo com os familiares.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os resultados revelaram que as ações educativas não estão articuladas ao processo de trabalho e que existe a necessidade de aprimoramento gerencial dos enfermeiros, possibilitando a realização da pedagogia de problematização.

 

 

 

 

 

 

Os resultados mostraram que, para os clientes, a interação e a

atenção da enfermagem são mais significativas que os cuidados técnicos, que a prática de

restrição de movimentos gera desconforto e angústia e a maioria desconhece os seus direitos

como usuário do sistema de saúde.

 

 

Destacar a importância da dimensão humana nas relações profissionais, a qual necessita estar na base de todo processo  de intervenção no campo interdisciplinar da saúde.  

 

Os dados demonstraram que é possível desenvolver novas competências, capazes

de provocar uma re-significação dos valores e princípios que balizam a humanização,

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A humanização é fundamental no CTI, pois somente assim o cuidado personalizado poderá ser oferecido com qualidade ao cliente; porém, para que todo esse processo ocorra, é necessário humanizar o ambiente e a equipe, considerando sua cultura própria.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este trabalho não pretende esgotar o tema acerca da

compreensão do significado cultural de cuidado humanizado para

equipe de enfermagem em UTI. No entanto, pretende contribuir para em UTI. No entanto, pretende contribuir para

a realização de novos estudos e para melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem, nesse cenário cultural.

 

 

 

Entendemos que essa realidade possa demonstrar a necessidade de repensar saberes e práticas profissionais para promover a constante reformulação e transformação do contexto assistencial de cuidados intensivos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Envolver a coletividade, estimular formas

criativas e estabelecer estratégias inovadoras de

comprometimen-to, representaram, no processo de

humanização hospitalar, algumas das prioridades para

o alcance efetivo do mesmo. Despertar um clima de

respeito, de confiança e reciprocidade constituiu-se,

da mesma forma, em um espaço propício para o

fortalecimento das relações e vínculos profissionais.

 

 

 

Enfermeiras registradas que importam-se com as famílias que mandam parentes em unidades de cuidado intensivo do adulto enfrentar um conflito fundamental entre expectativas do papel e o cuidado paciente e entre ideais profissionais e ser um ser humano. Isto destaca não somente um despreparo entre a prática diária do cuidado da família das enfermeiras e as teorias underpinning mas também pode contribuir ao stress ocupacional.

 

 

Esperam que esta pesquisa venha agregar-se aos esforços de todos os profissionais, especialmente da enfermagem, no sentido de manter o cuidado de enfermagem como uma atividade essencialmente humanizada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conclui-se que deveria ser revista a inserção dos profissionais da enfermagem no contexto do processo de trabalho, articulada com a capacitação baseada na estratégia da educação permanente.

 

 

 

 

 

 

 

 

Apesar de a maioria dos clientes considerar que

os cuidados prestados pela equipe de enfermagem da

UTI é satisfatório, os dados mostram que há

necessidade de melhoria das ações e das atitudes

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Humanização hospitalar como expressão de ética requer, em suma, a prévia formulação de políticas organizacionais e sócias justas que considerem os seres humanos e seus direitos.

 

 

 

Visar o trabalho como

realização pessoal/profissional, aliar  competência técnica e humana na prática dos profissionais e vivenciar

o cuidado humanizado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: UFF – Especialização Enfermagem em Cuidados Intensivos Cardiológicos. 

Avaliação crítica dos artigos selecionados e implicações para a prática de enfermagem para o cliente de alta complexidade 

A mecanização da assistência pode comprometer o atendimento humanizado, e a tecnologia, em alguns momentos, parece contribuir de forma pouco significativa para a prática do cuidado humanizado. Todavia, a busca de melhoria da qualidade da assistência contribui para que novos modelos sejam adotados, nos quais o conceito humanização tem lugar garantido.  As atividades do cuidar em uma Unidade de Terapia Intensiva se diferenciam dos demais setores por serem mais complexas e pelas inúmeras atribuições delegadas ao enfermeiro e a sua equipe. Compete ao enfermeiro da UTI prestar assistência integral ao paciente, tanto nas situações de emergência, quanto no contexto de apoio à vida, independente da doença ou quadro clínico. Humanizar é um processo vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares em que cada um se encontra no momento de sua internação [8].Destacam ainda que o processo envolvendo o cuidar/cuidado tem ligação direta com a preocupação sobre a humanização da assistência, uma vez que os objetivos do cuidar envolvem, entre outros, aliviar, confortar, ajudar, favorecer, promover, restabelecer, restaurar, dar, fazer, etc.  A enfermagem tem a responsabilidade e o compromisso ético e profissional de resgatar o sentido do seu agir, e isso só será possível a partir da conscientização de que o ser humano é capaz de buscar a si mesmo, a sua essência e, por conseqüência, buscar o outro [2]. Diz também que, apesar de os profissionais terem consciência da necessidade do cuidado humano, o cuidado técnico impera no ambiente cultural da UTI. Existe um estudo no qual sua pretensão é contribuir para que os trabalhadores de enfermagem reflitam sobre sua práxis considerando a integralidade, as possibilidades de exercer o cuidado sem fragmentá-lo em tarefas e/ou procedimentos [9].

 Ao longo de mais de duas décadas atuando na enfermagem, percebe-se que a prática mecanizada e as decisões unilaterais é que têm prevalecido nas instituições de saúde e em particular em ambientes como a UTI, Emergência e Centro Cirúrgico. Entendemos que em locais críticos como esses, a conduta impessoal dos profissionais pode ser em decorrência da grande demanda por serviços, cujos clientes não raras vezes se encontram em situação eminente de morte. Esses fatores, sem dúvida, geram estresse, desgaste físico e psicológico, o que reduz as interações [10]. O cuidado ao paciente, no contexto da humanização, precisa ser compreendido como um dever de cada pessoa e não um dever exclusivo de uma classe profissional. Para compreender a dimensão do cuidado em sua amplitude e profundidade, do ponto de vista existencial, deve-se levar em conta que encontra-se presente em todas as situações e acontecimentos, o que significa que ele existe na natureza e em todas as situações de fato [5].

            Contudo, apesar de sua crescente importância, a humanização da assistência de enfermagem ainda é um assunto pouco pesquisado e pouco aplicado no Brasil. Pode-se dizer que a humanização deve ser resgatada, pois é direito do paciente como ser humano ter sua dignidade mantida, ter respeitados as suas necessidades, os valores, os princípios éticos e morais, as suas crenças e de seus familiares; ter alívio da dor e de seu sofrimento com todos os recursos tecnológicos e psicológicos disponíveis no momento de seu atendimento, ter sua privacidade preservada sempre que possível, como também, ter condições e ambientes que facilitem o restabelecimento, a manutenção, a melhora da assistência à saúde e, em última instância, a morte digna. É possível desenvolver novas competências, capazes de provocar uma re-significação dos valores e princípios que balizam a humanização, visando o trabalho como realização pessoal/profissional, aliando competência técnica e humana na prática dos profissionais e vivenciando o cuidado humanizado [11].

 

A equipe de enfermagem também necessita de cuidados especiais, de atenção, visando mantê-la forte e unida, pois quando não dispõe da ajuda necessária para se proteger dos riscos do trabalho, nem para usufruir de recompensas, todas as espécies de problemas podem surgir. A equipe de enfermagem está, provavelmente, exposta a um nível maior de estresse que qualquer outra do hospital, porque deve lidar não somente com a assistência a seus pacientes e familiares, mas também com suas próprias emoções e conflitos. A UTI é uma unidade geradora de estresse, sendo as principais manifestações: fadiga física e emocional, tensão e ansiedade [2]. Assim os profissionais de enfermagem têm o dever de humanizar suas ações e o direito de se sentirem humanizados, pois somente uma equipe integrada, estável emocionalmente, trabalhando em harmonia poderá cuidar de forma humanizada [1]. Para que os trabalhadores de saúde possam exercer a profissão com honra e dignidade, respeitar o outro e sua condição humana, dentre outros, necessitam manter sua condição humana também respeitada. O clima desfavorável tem contribuído progressivamente para relações de desrespeito entre os próprios profissionais, bem como para a geração de uma assistência fragmentada e, cada vez mais, desumanizada. Sendo assim, torna-se premente que a filosofia institucional assim como as políticas públicas de humanização estejam, igualmente, voltadas para a vida e a dignidade dos trabalhadores de saúde, quando o que se pretende realmente seja a humanização do cuidado nas instituições de saúde [12]. 

Assim, entendemos que a humanização desses profissionais se faz necessária, sendo de extrema importância para o desenvolvimento do cuidado. São pessoas que necessitam de apoio emocional. Humanização, como espaço ético, requer, então, o fomento de relações profissionais saudáveis, de respeito pelo diferente, de investimento na formação humana dos sujeitos que integram as instituições, além do reconhecimento dos limites profissionais [12]. 

Conclusão: 

Esta pesquisa possibilitou evidenciar que o processo de humanização nas Unidades de Terapia Intensiva vem se desenvolvendo de forma gradativa, devido à influência dos fatores técnico e humano no ambiente do cuidado. O fator humano, este de solução mais complexa, envolve um processo de conscientização e sensibilização da equipe multiprofissional que cuida do paciente. São os valores humanos que devem ser resgatados na prática da enfermagem e que aliados ao conhecimento biológico, trarão a consolidação da enfermagem como ciência do cuidar.

É preciso não se limitar ao cuidado como um simples fato de olhar a doença, mas sim tornar-se imprescindível desenvolver uma relação inteira com a vida, com o paciente e com a enfermagem, humanizando as ações sejam elas técnicas ou não. Transformar o ambiente de cuidado excessivamente técnico das UTIs para um ambiente de cuidado humanizado depende da ação de cada um.

Só é possível humanizar a UTI partindo de nossa própria humanização. Os profissionais de enfermagem não podem humanizar o atendimento do paciente crítico, antes de aprender como ser inteiro/ íntegro consigo mesmo. O encontro com o paciente nunca é neutro, sempre carregamos conosco os preconceitos, valores, atitudes, enfim, nosso sistema de significados culturais. Por isso, cuidar de quem cuida é essencial para se poder cuidar terapeuticamente de outros [2].

            Sobre a humanização hospitalar e os vários fatores que estão incluídos nela, podemos afirmar que não teremos uma equipe humanizada, em suas atividades diárias, se essa equipe não for preparada para isso. Com isso, fica um questionamento, que muito tem nos incomodado, como podemos falar em humanização para com o paciente, se antes não podemos constatar a presença de equipes humanizadas? Surge a necessidade de se repensar e reavaliar os conteúdos que estão sendo ministrados durante a graduação, quanto à qualidade do ensino e dos profissionais que estão sendo formados e encaminhados para o campo de trabalho, sendo imprescindível que os graduandos recebam uma formação mais humanista. As ações éticas contempladas na graduação devem ser praticadas pelos enfermeiros ao assistirem seus pacientes. Entretanto, a repetição diária das atividades, fazendo o profissional agir de forma mecânica, a sobrecarga de trabalho e até mesmo o comodismo, têm afastado consideravelmente a prática da teoria, deixando com isso pontos de insatisfação dos pacientes com relação aos cuidados recebidos. Com isso, fica evidente que muitos profissionais de enfermagem apresentam despreparo para lidar com as relações humanas, fato este, que interfere diretamente na forma de cuidar e que necessita ser visto como um problema a ser resolvido.

            Quando o profissional assume a posição do doente, o conceito de humanizar reflete a percepção da “doença enfermidade” que constitui uma interpretação e um julgamento das impressões sensíveis produzidas pelo corpo. Portanto, não é meramente um estado de sofrimento, mas também uma realidade sociocultural. Essa é, então, a perspectiva do ideal de humanizar. Colocando-se no lugar do outro, o profissional passa a cuidar, considerando um significado de humanizar que envolve respeito, dignidade, abrangendo a expressão amar ao próximo como a si mesmo [2]. O profissional da UTI precisa estar atento às necessidades fisiológicas básicas e mais complexas do ser humano. Utilizar-se de uma abordagem ampla, assegurando-lhe a auto-estima, integridade e o máximo de controle sobre si. Tudo isso quando se propõe verdadeiramente a praticar a essência do cuidado.

Desencadear o processo de humanização centrado no paciente significa, então, rever valores, sentimentos e atitudes que guiam o modo de ser dos profissionais, no sentido de prestar um atendimento diferenciado e humanizado, a partir de uma práxis comprometida com a mudança. É premente, no contexto da saúde, criar uma cultura institucional voltada para o ser humano que adoece e não para a doença, como um possível caminho para a humanização. Cada paciente possui uma história de vida singular, a qual precisa ser compreendida, problemas familiares que necessitam ser desvendados, costumes e hábitos específicos, ou seja, particularidades específicas que são inerentes a cada ser humano. Dessa forma, resgatar sentimentos, valores e atitudes não significa apenas estabelecer padrões de atendimento e qualidade, significa estabelecer e otimizar prioridades, a partir da realidade concreta de cada paciente [5].

Portanto, podemos concluir que a humanização é de fundamental importância dentro da Unidade de Terapia Intensiva e que é necessário humanizar o ambiente e a equipe, mantendo sua própria cultura, para que possa ser oferecido com qualidade ao cliente um cuidado personalizado, digno de um ser humano.  

Referências Bibliográficas 

1-       Araújo AD, Santos JO, Pereira LV, Lemos RCA. Trabalho no Centro de Terapia Intensiva: perspectivas da equipe de enfermagem. Rev Min Enf 2005 Jan/mar; 9 (1): 20-8.

2-       Vila VSC, Rossi LA. O significado cultural do cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Rev Latino-am Enferm 2002 mar-abr; 10(2): 137-44.

3-       Collet N, Rozendo CA. Humanização e trabalho na enfermagem. Rev Bras Enf 2003 mar/abr; 56(2): 189-92.

4-       Pinho LB, Santos SMA. The health-illness care process and the logic of the nurse’s work in the ICU. Rev Latino-am Enferm 2007 mar-abr; 15(2): 199-206. 

5-       Backes DS, Filho WDL, Lunardi VL. Humanização hospitalar: percepção dos pacientes. Acta Sci Health Sci 2005; 27(2): 103-7.

6-       Stayt LC. Nurses' experiences of caring for families with relatives in intensive care units. J Adv Nurs 2007 mar; 57(6): 623-30.

7-       Oliveira BRG, Collet N, Viera CS. A humanização na assistência à saúde. Rev Latino-am Enferm 2006 mar-abr; 14(2): 277-84.

8-       Leal MII, Löw MML, Konorath NM, Roveda SRP. Percepções da equipe de enfermagem de Unidade de Terapia Intensiva sobre o cuidado humanizado.  Nurs 2006 mar; 94(9): 719-23.

9-       Ricaldoni CAC, Sena RR. Permanent education: a tool to think and act in nursing work. Rev Latino-am Enferm 2006 nov-dez; 14(6): 837-42.

10-   Matsuda LM, Silva N, Tisolin AM. Humanização da assistência de enfermagem: estudo com clientes no período pós-internação de uma UTI adulto. Acta Scient Health Sciences. 2003; 25 ( 2): 163-70.

11-   Backes DS, Koerich MS, Erdmann AL. Humanizing care through the valuation of the human being: resignification of values and principles by health professionals. Rev Latino-am Enferm 2007 jan-fev; 15(1): 34-41.

12-   Backes DS, Lunardi VL, Filho WDL. A humanização hospitalar como expressão da ética. Rev Latino-am Enferm 2006 jan-fev; 14(1): 132-5.

 

 

 

 





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