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Know need about the treatment and selfcare at dialisys – Sistematic  Literature Review

 

Necessidade de Aprendizagem Sobre o Tratamento e o Autocuidado em Diálise – Revisão Sistematizada de Literatura

 

Ana Cristina de Mattos Cunha. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Métodos Dialíticos e Transplante - UFF. cristinamattos07@yahoo.com.br

 

Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Doutora em Enfermagem - Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

 

Abstract: Through the research of the scientific production of nursing on the permanent education of the patient in dialysis aiming at the best available evidence for the care with this type of patient, had been searched 10 texts for analysis being that, the 6 texts in Portuguese 3 they had dealt with on the education in health and 3 had treated on the dialysis. And of the 4 texts in English, 1 treated on education in health and 3, on dialysis. The used methodology was the bibliographical-manual in the databases DeCS of Bireme and Lilacs. In accordance with the cited notes, some lapsings of nursing that express the learning necessity on the treatment and the selfcare one in dialysis are the comment of the anxiety level and the process of thought; the recognition of certain answers and feelings, as frustations and sadnesses are common in the patient who initiates the dialysis process; to make the patient to understand the meaning to keep nutritional alimentary habits; e to emphasize the patient to read all the labels of foods and drinks and not to take medications in the medical lapsing. The conclusion is that we must always try an assistance of directed nursing to cure doubts, anxiety, making with that the patient so, participates in the search of the quality of the therapy proposal and in the quality of life, for the maintenance of its balance.

Key-words: dialysis, nursing, health education.

 

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi identificar a produção científica de enfermagem sobre a educação em saúde, visando destacar a melhor evidência disponível para o cuidado de enfermagem para o cliente em tratamento dialítico. A necessidade da educação em saúde para o cliente em tratamento dialítico foi a justificativa desta pesquisa. Foram pesquisados 10 textos para análise. A metodologia utilizada foi a bibliográfica-manual e a virtual nas bases de dados DeCS da Bireme e Lilacs. De acordo com os apontamentos citados, existem prescrições de enfermagem que expressam a necessidade de aprendizagem sobre o tratamento e o autocuidado. A conclusão é que o enfermeiro deve implementar uma assistência de enfermagem voltada para sanar dúvidas, ansiedades, fazendo com que o cliente participe na busca da qualidade da terapia proposta e consequentemente na qualidade de vida, para a manutenção do seu equilíbrio.

Palavras-chave: diálise, enfermagem, educação em saúde.  

 

Introdução

            Nesta pesquisa, são discutidas as ações de enfermagem que envolvem a educação em saúde para os clientes em tratamento dialítico. Tais ações são muito importantes para que o cliente entenda como fazer sua autocuidado e para que se mantenha uma sobrevida maior desse tipo de cliente.    

            Situação-problema:

  O número de clientes iniciando programas de diálise vem aumentando assim como a freqüência de diabetes e outras co-morbidades, especialmente cardiopatas e doenças vasculares. A Doença Renal Crônica (DRC) tem sido classificada como um problema de saúde mundial já que o aumento de sua incidência e prevalência é detectado tanto na fase pré-dialítica quanto na dialítica. No Brasil, não existem estudos de prevalência da DRC na fase pré-dialítica, mas dados estatísticos sobre Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial nos sinalizam para a possibilidade dessa prevalência ser alta em nosso país. A Insuficiência Renal Crônica (IRC) causada pela perda progressiva da função glomerular em conseqüência de doenças que acontecem ao rim, tem início lento e insidioso1.

Após ser diagnosticada IRC terminal o cliente irá necessitar de um tratamento: a terapia renal substitutiva que inclui alguns métodos: Diálise Peritoneal, HD (Hemodiálise) e o próprio Transplante Renal. Quase todos chegam sem informações básicas imprescindíveis ao seu tratamento causando transtorno para sua própria vida e de seus familiares. Como toda doença crônica, a doença renal requer um programa de educação voltado para a melhoria da qualidade de vida. E deste ponto que partiremos, com o enfermeiro a frente desta educação, juntamente com o restante da equipe multiprofissional e do cliente1.

A necessidade da educação em saúde para o cliente em tratamento dialítico é a justificativa desta pesquisa porque, sem uma orientação para este cliente, o mesmo pode não responder ao tratamento conforme esperado diminuindo a qualidade de vida.

O objetivo desta pesquisa é identificar a produção científica de enfermagem sobre a educação em saúde, visando destacar a melhor evidência disponível para o cuidado de enfermagem para o cliente em tratamento dialítico.  

 

Metodologia

            A metodologia utilizada para o desenvolvimento dessa pesquisa foi a bibliográfica-manual (biblioteca de enfermagem), no período de junho a setembro de 2008 e informatizada;  utilizando as palavras-chave: diálise, enfermagem, educação em saúde; nas seguintes bases de dados DeCS da Bireme e Lilacs. Dos 66 textos identificados, foram selecionados 10 para análise devido ás implicações para uma melhor prática de enfermagem em diálise. 

            Dos 6 textos em português 3 trataram sobre a educação em saúde e 3 abordaram sobre a diálise. E dos 4 textos em inglês, 1 tratou sobre educação em saúde e 3, sobre diálise. A seguir está uma tabela descrevendo as partes principais desses textos.

            Os dois primeiros textos da tabela foram selecionados por envolverem objetivos de ensino a quem vai ensinar, ou seja, ensinar aos alunos de enfermagem o que é a educação em saúde, para assim, aplicarem-se aos diversos tipos de clientes, em especial, aqueles que utilizam o  tratamento  dialítico.

 

Resultados

 

Tabela1: Publicações localizadas sobre educação em saúde, autocuidado e diálise, mencionadas nas bases de dados. Niterói, 2008.

Autoresdata e país

Objetivos das pesquisas

Tamanho das amostras

Tipo de estudo/ instrumentos

Principais achados

Conclusão dos autores

Rosa2 RB, Maffacciolli R, Nauderer TM, Pedro ENR. Junho 2006.

Brasil.

Apontar

sobre como um curso de graduação em Enfermagem

vem abordando a educação em saúde

junto a seus alunos.

Não cita.

Pesquisa documental/ planos de ensino das disciplinas

do curso de enfermagem.

O tema educação em saúde é tratado de

forma insipiente, necessitando de revisão e reflexão.

As abordagens teóricas sobre a educação em saúde vem sendo

amplamente discutidas e apresentadas como

contrárias ao modelo biomédico vigente.

Meyer3 DEE   2006. Brasil.

Examinar o conceito

de vulnerabilidade para explorar

suas interseções com o educativo.  

19 referências.

Analise conceitual/ pesquisas publicadas sobre educação em saúde.

O componente social da vulnerabilidade

envolve o acesso às informações, as possibilidades

de metabolizá-las e o poder de incorporá-

las a mudanças práticas na vida cotidiana.

 

A educação

não trata de definir comportamentos corretos

para os demais, mas de criar oportunidades entre sujeitos.

Dyniewicz AM4, Zanella E, Kobus LSG. 2004. Brasil.

Compreender os significados da doença renal para clientes em Hemodiálise.

67 clientes em hemodiáli-

se.

História

Oral/entrevistas gravadas

As categorias encontradas foram: a descoberta da doença renal e o cotidiano; o tratamento hemodialítico e

seus limites; as preocupações com a auto-imagem; vínculo com a equipe de

saúde; Destaca-se o vínculo e

a segurança estabelecidos com a equipe de saúde.

Reforça-se a importância

de perceber cada pessoa como um ser único, singular.

Martins5 JJ  2007 Brasil.

Conhecer as necessidades de educação em saúde dos idosos.

26 idosos

Exploratório analítico/ atividades e técnicas grupais.

Os idosos aprenderam sobre temas como diabetes e hipertensão arterial.

A enfermagem deve construir ações educativas visando suprir lacunas que interferem no autocuidado.

Bezerra RB, 6 Cruz ICF. 2003. Brasil.

Buscar na literatura científica a aplicabilidade sobre hemodiálise

17 referências

Bibliográfica/ coleta em bibliotecas

A intervenção de enfermagem em busca de soluções nas limitações provocadas pela IRC e o tratamento são de fundamental importância.

 

Constatou-se a importância do conhecimento científico adquirido através da pesquisa para a prática de enfermagem.

 

Machado LCR7 Car MR

2003. Brasil.

compreender

o cotidiano da vida de

doentes com insuficiência

renal crônica em hemodiálise.

18 doentes.

Referencial

teórico-metodológico do

materialismo histórico e

dialético./ Entrevistas

submetidas ao

procedimento de análise de

Discurso.

Para alguns doentes, a possibilidade de

Transforma-

ção da cruel realidade é a adaptação

ao tratamento.

Foi possível perceber que a realidade do

grupo de doentes “carentes” é determinada

socialmente.

Goldman ED8  2004.

Estados Unidos

Perceber as barreiras e motivações dos clientes para a hemodiálse.

23 clientes

Descritivo/ entrevistas

Nessa relação estão inclusos o diálogo e orientações para ajudá-lo a entender o processo de sua doença.

O enfermeiro deve interagir com o cliente e tornar-se disponível para favorecer uma relação de confiança.

Mevill D

2004 9

England

 

Diagnósticos e intervenções em enfermagem: informações aos clientes sobre seus tratamentos.

24 referências

Bilbiográfica/ coleta em base de dados

Problemas relacionados aos clientes levantados durante a pesquisa, como a falta de informação sobre seu tratamento.

 

Implantar o diagnóstico de enfermagem com a meta de esclarecer o cliente em tratamento dialítico propicia a exatidão das prescrições de enfermagem e faz o cliente desenvolver seu autocuidado.

Tanyi 10  RA,  Werner

JS

EUA 2008

Descrever as experiências as mulheres em hemodiálise.

16 mulheres.

Pesquisa descritiva e fenomenológica/ entrevistas.

As mulheres afirmaram que a espiritualida-de foi extremamente importante para poder viver com a doença e o tratamento.

A espiritualidade pode ser usada para a prática de enfermagem e para a educação dos seus clientes.

Welch11 JL,  Thomas-Hawkins C.

EUA

2005

Revisar e criticar pesquisas que abordam as intervenções em hemodiálise.

9 estudos.

Bibliográfica/ coleta em base de dados.

Muitas intervenções são padronizadasimpedindo sua utilização individualiza

da

Recomenda-se um rigoroso estudo para adaptar as intervenções a cada tipo de cliente, sem generalizar.  

Fonte: UFF – Especialização em enfermagem em Métodos Dialíticos e Transplante.

 

Discussão

 

Avaliação crítica dos artigos selecionados e implicações para a prática de enfermagem para o cliente de alta complexidade

 

O tema educação em saúde é tratado de forma insipiente, necessitando de revisão e reflexão, além da incorporação de outros modelos que permitam ao aluno de enfermagem construir o seu conhecimento de forma mais cristalizada. As abordagens teóricas sobre promoção da saúde, e dentro dessa, sobre a educação em saúde, amplamente discutidas e apresentadas como revés ao modelo biomédico vigente, estão permitindo uma reconfiguração nos modelos assistenciais, como o que vem sendo desenvolvido pelo Sistema Único de Saúde no Brasil2. Por isso, é necessário repassar para a academia tais teorias, a fim de convergir com a realidade encontrada nos campos de atuação e contribuir com exponenciais mudanças nesses meios.

A dimensão da educação, enquanto área cooperadora na atuação da enfermagem, é de grande relevância, devendo ser tomada como indispensável na prática profissional. Pode-se dizer que constitui papel intrínseco do enfermeiro fomentar as questões educacionais em saúde que envolvem seus diferentes contextos de trabalho.

Portanto, faz-se coerente transpor didaticamente para a enfermagem alguns preceitos pedagógicos e entrelaçá-los com a prática profissional em saúde. Há o entrelaçamento entre fatores externos, fisiológicos, sociais, entre outros, para se buscarem respostas que influenciem as condutas no processo saúde-doença.

Já o acesso às informações, as possibilidades de entendê-las e o poder de incorporá-las a mudanças práticas na vida cotidiana, condições estas diretamente associadas ao acesso a recursos materiais, a instituições sociais como escola e serviços de saúde precisam ser incorporadas aos projetos educativos às quais elas dão sustentação educação em saúde, compreendida como caminho que busca articular dimensões complementares com vistas à construção de respostas sociais significativas3.

Assim, torna-se possível quando se entende que a educação não trata de definir comportamentos corretos para os demais, mas de criar oportunidades de reflexão crítica e interação dialógica entre sujeitos sociais.

Na visão dos clientes a doença renal crônica é vista como uma doença de tratamento difícil, em uma vivência marcada por desafios, revelações e esperanças, empreendendo uma luta constante para vencer dificuldades, mas com capacidade de transcender o sofrimento. Destaca-se o vínculo e a segurança estabelecidos com a equipe de saúde, reforçando seu compromisso social e ético em relação de responsabilidade, envolvimento, cooperação, consenso, diálogo e espírito participativo4.

Por isso, reforça-se a importância de perceber cada pessoa como um ser único, singular, apresentando a sua maneira peculiar de conviver com a situação de doença3. Assim, a enfermagem deve construir ações educativas visando suprir lacunas que interferem no autocuidado5.  

Mas, para isso, o enfermeiro pode traçar objetivos antes de pôr em prática a educação permanente para o cliente em diálise. Alguns objetivos de um programa de educação são contribuir para do cliente ao tratamento; informar o cliente sobre o que fazer em caso de emergência; fornecer orientações sobre o uso de seus medicamentos; orientá-lo quanto a cuidar do acesso venoso mostrando-o a importância deste; levantar a auto-estima e melhorar a qualidade de vida.

Assim, a atividade educativa do enfermeiro com o cliente em tratamento dialítico muda a qualidade de vida dos clientes e desenvolvimento de uma consciência crítica em relação à situação. A intervenção de enfermagem em busca de soluções nas limitações provocadas pela IRC e o tratamento são de fundamental importância, o enfermeiro atuando próximo ao cliente através da assistência deve planejar intervenções educativas, ensinando a viver dentro dos seus limites, convivendo com a doença e tratamento hemodialítico, assumindo seus cuidados e controle do esquema terapêutico6.  

Para transmitir uma boa informação para os clientes em diálise o enfermeiro tem que se embasar cientificamente. Tem que se ler publicações atualizadas as quais, algumas não contém dados ainda publicados em livros.

O conhecimento científico adquirido através da pesquisa para a prática de enfermagem é relevante porque, vários aspectos, embora documentados, não estão expostos como literatura científica de enfermagem, principalmente na literatura nacional6.

Para alguns doentes, a possibilidade de transformação da cruel realidade é a adaptação ao tratamento. Embora o tratamento tenha surgido na vida do doente e transformado o seu cotidiano, ele em si traz diversas realidades reveladas por alterações físicas, sociais e até de simples prazeres como o de se alimentar com a comida que gosta ou beber água à vontade, conforme a sede o exige7.

Uma dificuldade para a educação em saúde para o cliente em diálise é o aspecto econômico e social que, geralmente vem acompanhada de empecilhos de conhecimentos gerais que partem da baixa escolaridade desses clientes.

A realidade do grupo de doentes “carentes” geralmente é determinada socialmente, devendo-se considerar as políticas econômica e de saúde instituídas no país que favorecem o adoecimento do indivíduo e não oferecem a assistência integral necessária ao tratamento e a seu processo de viver doente7.

Estudos norte-americanos demonstram a importância de acompanhamento e suporte terapêutico ao doente, rede social de apoio. Contudo, a situação dos doentes no Brasil difere muito da norte-americana. As condições econômicas e sociais brasileiras não favorecem os doentes, visto que, em muitos casos, não podem mais trabalhar no decorrer do tratamento.

Um dos primeiros fatores que o enfermeiro pode enfocar para a educação permanente em clientes com baixa escolaridade é fazer ele entender o que é autocuidado.  

Na tentativa de solucionar a barreira sobre o conhecimento dos clientes em relação ao autocuidado, o enfermeiro deve interagir com o cliente e tornar-se disponível para favorecer uma relação de confiança. Nessa relação, estão inclusos o diálogo e orientações para ajudá-lo a entender o processo de sua doença e a obter forças para superar as limitações impostas pela mesma8.

Nós vemos que os problemas relacionados aos clientes levantados geralmente é a falta de informação sobre seu tratamento; - medo do amanhã, devido as inúmeras complicações interdialíticas que podem acontecer; - dúvidas sobre seu prognóstico;  a não implementação do autocuidado correto - relacionamento familiar e social pós-doença. A maioria dos diagnósticos tardios acontece com clientes que tem insuficiência renal.

O cliente que tem a falta de informação sobre seu tratamento, muitas vezes, descompensa na questão metabólica e psicológica por isso, implantar um diagnóstico de enfermagem com a meta de esclarecer o cliente em tratamento dialítico quanto a sua doença e tratamento, propicia a exatidão das prescrições de enfermagem e faz com que esse cliente desenvolva seu autocuidado com segurança9.

Além do autocuidado, ensinar os clientes sobre outros aspectos como a espiritualidade, a crença, independente de religião, pode auxiliar e propiciar suporte psicológico. Por exemplo, a espiritualidade é extremamente importante para poder viver com a doença e o tratamento. A espiritualidade pode ser usada para a prática de enfermagem e para a educação dos seus clientes10.

            Muitas intervenções são padronizadas impedindo sua utilização individualiza da Recomenda-se um rigoroso estudo para adaptar as intervenções a cada tipo de cliente, sem generalizar11

De acordo com os apontamentos citados nos textos acima, algumas prescrições de enfermagem que expressam a necessidade de aprendizagem sobre o tratamento e o autocuidado em diálise são a observação do nível de ansiedade e o processo de pensamento. Isto porque a ansiedade e o medo afetam diretamente a capacidade de participar, buscar e utilizar o conhecimento. Durante o procedimento da diálise, a função de cognição do cliente pode estar comprometida e os próprios clientes sentem-se confusos. Assim, a aprendizagem pode não ser adequada nesse período.

Revisar o processo específico da doença, os procedimentos e o propósito da diálise em termos compreensíveis para o cliente também é fundamental para reduzir a ansiedade e as incompreensões sobre o que o cliente está vivenciando.

O reconhecimento de certas respostas e sentimentos, como frustações e tristezas são comuns no cliente que inicia o processo de diálise. O cliente pode inicialmente estar esperançoso e positivo para o futuro, mas conforme o tratamento continua o progresso é menos dramático e eles podem estar desencorajados, e os conflitos de dependência também podem se desenvolver. A espiritualidade pode ser uma solução encontrada para esses clientes.

Os clientes em diálise precisam entender o significado de manter hábitos alimentares nutritivos, prevenindo alterações grandes do equilíbrio hidroeletrolítico, além de evitar multidões e pessoas em processos infecciosos. Porque, o sistema imune deprimido, a presença de anemia, os procedimentos invasivos e a desnutrição potencializam o risco de infecção.

 

Conclusão

 

A educação para a saúde é fundamental para auxiliar o cliente na compreensão do significado de uma condição crônica de saúde e a necessidade de uma reeducação em seus hábitos de vida. O processo ensino-aprendizagem exige envolvimento tanto do enfermeiro que ensina; como o do cliente que aprende. Mas, o tema educação em saúde é tratado de forma insipiente, necessitando de revisão e reflexão, além da incorporação de outros modelos que permitam ao aluno construir o seu conhecimento de forma mais cristalizada.

A conclusão é que o enfermeiro tem em mãos as prescrições de enfermagem para aplicar aos clientes em tratamento dialítico, visando suprir a necessidade de aprendizagem sobre o tratamento e o autocuidado em diálise destes clientes assim garantindo a manutenção do equilíbrio e a diminuição da ansiedade destes clientes.

Conclui-se também que, o reconhecimento de certas respostas e sentimentos, como frustações e tristezas, além da espiritualidade, que pode ser uma solução encontrada para esses clientes. Os clientes em diálise precisam entender o significado de manter hábitos alimentares nutritivos.

O conhecimento é fornecido pelo enfermeiro que terá o papel de educador na aprendizagem do cliente, visando dar a ele condições e meios de identificar problemas capazes de abalar sua saúde e de saber quando procurar ajuda ou até mesmo resolvê-los. Durante o processo de educar o cliente, o enfermeiro deve informar com palavras claras e objetivas ajustando-se ao vocabulário do cliente para maior compreensão e adesão ao processo de aprendizagem e consequentemente ao tratamento.

Porém, é uma responsabilidade dividida entre as duas partes. A educação do cliente é um processo contínuo que não se encerra em um único programa. Através da observação desses clientes, o enfermeiro verá um tópico que necessite ser revisto ou novos procedimentos que poderão ser discutidos com cliente.

Após a implementação da assistência de enfermagem, o enfermeiro deve avaliar os resultados, as respostas deste cliente, modificando a conduta se necessário, a fim de atingir o objetivo de integrá-lo na sociedade, na família e no ambiente de tratamento. Nessa avaliação, observar se o cliente participa dessa conduta, desse processo de educação e colocar para ele a importância que o mesmo possui no contexto de sua terapia.

Devido ao quantitativo de clientes em tratamento dialítico, para esse importante papel de enfermeiro educador seja colocado em prática, precisamos de mais enfermeiros com especialização em nefrologia.

Devemos sempre tentar uma assistência de enfermagem voltada para sanar dúvidas, ansiedades, fazendo com que o cliente participe na busca da qualidade da terapia proposta e consequentemente na qualidade de vida para a manutenção do seu equilíbrio.

 

Referências Bibliográficas

 

1.       Riela JC. Princípios de Nefrologia e distúrbios hidroeletroliticos. 4ª ed. Guanabara Koogan, 2003.

 

2.       Rosa RB, Maffacciolli R, Nauderer TM, Pedro ENR. A educação em saúde no currículo de um curso de enfermagem: o aprender para educar. Rev Gaúch Enferm 2006 jun;27(2):185-92.

 

3.       Meyer DEE.  Você aprende: a gente ensina?” Interrogando relações entre educação e saúde desde a perspectiva da vulnerabilidade. Enferm Atual 2006 jun; 22(6):1335-42.

 

4.       Dyniewicz AM, Zanella E, Kobus LSG.- Narrativa de uma cliente com insuficiência renal crônica: a história oral como estratégia de pesquisa. Rev Eletrônica Enferm 2004; 6 (2):199-212. Disponível em www.fen.ufg.br. Acesso em: 12 set 2008.

 

5.       Martins JJ. Educação em saúde como suporte para qualidade de vida de grupos da terceira idade. Rev Eletrônica Enferm 2007 dez; 9 (2): 443-56. Disponível em www.fen.ufg.br. Acesso em: 12 set 2008.

 

6.       Bezerra RB, Cruz ICF.  Produção científica de enfermagem sobre hemodiálise: implicações para a (o) enfermeira (o) de métodos dialíticos. Online Braz J Nurs 2003. Disponível em: www.uff.br/nepae/objnursing.htm. Acesso em 10 out 2008

 

7.       Machado LCR, Car MR. A dialética da vida cotidiana de doentes com insuficiência renal crônica: entre o inevitável e o casual.  Rev Esc Enferm USP 2003; 37(3): 27-35.

 

8.       Goldman ED . Perceived barries and motivators to exercise in hemodialysis patients. Nephrol Nurs J 2004 July/Aug; 31 (4): 654-9.

 

9.       Mevill D. Nurses in Role: diagnostic and intervention nephrology. Nephrol Nurs J 2004 July/Aug; 31(4):559-62.

 

10.   Ruth A. Tanyi, Joan Stehle Werner. Women’s experience of spirituality within end-stage renal disease and hemodialysis. Clin Nurs Res 2008 Feb; 17(1):32-49.

 

11.   Welch JL, Thomas-Hawkins C. Psycho-educational strategies to promote fluid adherence inadult hemodialysis patients: a review of intervention studies. Int J Nurs Stud 2005; 42(1): 597–608.

 

 





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